Assessoria / Sebrae/MT
Quando Celso Justino Konzen chegou a Paranaíta em janeiro de 2009, não imaginava que um dia viveria do que plantava. “Vim sem conhecer ninguém e nem a região, na coragem. Comprei o direito do Sítio Castanheira e pensei: agora tem que dar certo”, lembra o produtor, que já morou em três estados e até no Paraguai.
Nos primeiros anos, plantava milho, arroz e feijão, mas nada vingava. “Ficava bonito, mas não produzia”, conta rindo. Às vezes Celso tinha que pescar para vender o peixe e garantir a renda do mês.
A virada veio em 2017, com o iniciou das consultorias técnicas e orientações do Sebrae Mato e na comunidade Arco-Íris.
“O que faltava era conhecimento. Eu plantava do jeito que aprendi no Sul, mas aqui o solo é diferente, o clima é outro. Foi o Sebrae que me ensinou a plantar certo, a adubar, cuidar do solo e planejar o cultivo”, diz Celso.
Ele se recorda com carinho do primeiro agrônomo que o acompanhou. “Quase tudo o que sei devo ao Glaucinei. Depois veio o Altamir, e agora o Ricardo. Cada um foi ensinando um pouco, e hoje a gente colhe os frutos disso”.
A partir das orientações técnicas e das consultorias em produção e gestão, ele explica que “a agricultura deixou de ser tentativa e virou negócio”. Hoje, seu sítio produz hortaliças de qualidade e integra a Coopervila – Cooperativa dos Produtores Hortifrutigranjeiros de Paranaíta, que reúne 41 produtores que abastecem escolas, hospitais, programas sociais e até consumidores por delivery.
O que antes era subsistência virou fonte de renda e realização pessoal. “Eu me sinto realizado. Já fiz muita coisa na vida, mas essa foi a que mais deu certo. O futuro da minha família, agora, só tende a melhorar”, afirma.
A história de Celso se repete em dezenas de famílias produtoras da região de Paranaíta. Durante anos, cultivavam apenas para o próprio sustento. Com apoio técnico e organização, veio a certeza de que poderiam ir muito além.
De acordo com Adriano Cabreira, coordenador do Sebrae em Alta Floresta, o objetivo sempre foi transformar a produção local em empreendimento sustentável. “Os produtores de Paranaíta aprenderam a olhar para a terra como empresário. O resultado é um produto melhor e uma comunidade mais forte”, destaca.