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Artigo Quinta-feira, 13 de Agosto de 2020, 00:00 - A | A

13 de Agosto de 2020, 00h:00 - A | A

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Alta Floresta ficou para trás: De quem é esta fatura?



José Vieira do Nascimento

Houve uma época em que Alta Floresta foi considerada a principal cidade da região. Disputava com Sinop o título de capital do Nortão. Mas os anos foram se passando e Alta Floresta foi ficando para trás. Ficou atrás não somente de Sinop, mas de outras cidades que eram de portes menores como Lucas do Rio o Verde e Sorriso. 
A pergunta que cabe ser feita para a população alta-florestense é: quem são os culpados por este atraso em nosso processo de desenvolvimento e a quem devemos debitar esta fatura?
Minha resposta não como jornalista, mas como cidadão, é que a culpa cabe somente a classe política de Alta Floresta: prefeitos, vereadores e os deputados que se dizem ou se disseram representantes deste município, que não fizeram o dever de casa, que foram ou são desinteressados, despreparados e incompetentes.
Houve um mesclado institucional da mediocridade e falta de compromisso nos meandros da administração municipal nos últimos 20 anos, que teve como consequência o atraso nos avanços que conduziria Alta Floresta a sua consolidação como polo regional. Essa fatura deve ser creditada, sim, para política decrépita e débil que nos permeia.  
Enquanto as demais cidades cresciam e investiam no embelezamento de sua estrutura, na qualidade de vida de seus habitantes, aqui em Alta Floresta se alternaram na prefeitura, prefeitos incompetentes, sem atitude empreendedora, desprovidos de capacidade para fazer um planejamento para a cidade avançar. 
Acresce-se a isto, uma câmara municipal com uma maioria medíocre, que não tem o menor compromisso social, que prioriza os próprios interesses em detrimento da população.  Que invés de cumprir o papel de fiscalizar o poder executivo, de contribuir com sugestões, debilmente se delongam em sessões de elogios ao chefe do poder executivo.  
E assim, Alta Floresta está atrasada em seu processo de crescimento. Não há sequer um acesso adequado e seguro para a cidade. Um visitante que não conheça Alta Floresta e chegue durante à noite, vai enfrentar dificuldades e corre o risco de passar direto para Paranaíta. 

Na verdade, temos muito pouco, porque a classe política local sempre se serviu do poder, sem se preocupar em construir um planejamento para  seu crescimento, atendendo a tendência das cidades do século 21, que prioriza a beleza, aliada a sustentabilidade e a qualidade de vida de seus habitantes.  

Não há avenidas duplicadas. Não há um parque para o laser dos moradores, não temos um distrito industrial. 
A própria sede da prefeitura é um contraste. Um prédio velho, caindo aos pedaços, no centro da cidade.  
Outro imóvel da municipalidade [antiga prefeitura, atual secretaria de Saúde] é outra palhoça que se sobressai em nossa paisagem urbana. Tudo isto, partindo de quem deveria dar o exemplo, traduz o perfil da classe politica local. 
Determinados políticos enchem a boca para ressaltar o crescimento vertiginoso de Alta Floresta. Entretanto, o progresso que está acontecendo não é mérito para a classe política. A cidade está progredindo graças aos investimentos da iniciativa privada, sem contrapartida do poder público. 
A administração municipal, deputados estaduais e a maioria dos vereadores são forças divergentes, obstáculos ao crescimento da cidade. 
Portanto, reitero que se Alta Floresta, de candidata a capital do norte de Mato Grosso, ficou para trás de outras cidades, esta fatura deve ser debitada na conta da sua classe política. Faltaram e faltam ingredientes básicos como compromisso, competência, espírito empreendedor e, sobretudo, interesse.  Sobraram mediocridade, pusilanimidade, inapetência e ausência de sentimento republicano, que sobrepuseram a competência e os interesses da sociedade. 
Porque será que nenhum prefeito se preocupou em construir uma entrada decente para Alta Floresta?
Porque que as vias asfaltadas de Alta Floresta, incluindo as principais avenidas, são repletas de remendos e buracos?
Porque os gestores não se preocuparam em fazer sequer um prédio a altura do município para ser a sede da prefeitura?
Porque será que essas e tantas outras coisas possíveis e essenciais para a cidade foram simplesmente relegadas?
Podem até usar o argumento que é falta de recurso. Mas faltaram mesmo interesse, espírito público e vontade política para trabalhar pelo município. 

José Vieira do Nascimento

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