Carlos Alberto de Lima
Nesses meus anos de atividades jornalísticas, nesse mundo midiático onde conquistei um bom espaço e nenhuma glória, a meu ver um substantivo desnecessário, antes de acreditar na fonte – como se atribui no jornalismo – busco analisar por meio de informações e confirmações de outra ou mais fontes, presumidamente confiáveis e com isso dar o meu veredito.
Dado a minha voracidade por informações acerca disso e daquilo, vejo que a Theresa May não faz mais parte do clã britânico e agora quem manda de primeiro-ministro e diz seguir firme no propósito de tirar o Reino Unido da União Europeia é Boris Johnson.
Semana passada, li no jornal Mato Grosso do Norte, caderno Saúde, matéria revelando um estudo da ONU dando conta de que cerca de cinco milhões de pessoas ainda passam fome no Brasil. Fui até o Google e certifiquei-me que no mundo todo, o relatório da Organização das Nações Unidas aponta em 2018 o número assustador de 821,6 milhões, o que significa que para cada nove pessoas, uma é faminta.
Mas, como a maior incidência está na Ásia e na África e nós não pertencemos ao continente asiático nem ao africano, aqui é América, América Latina que somada ao Caribe não chegamos a 50 milhões de Famintos, não devemos nos preocupar.
Fome no Brasil? Balela! Impossível! Logo nesse meu Brasil. Ainda mais tendo em contrário à tese presidencial de que não temos fome no País verde-oliva.
Depois da “sábia” revelação, o presidente temeroso em enfrentar uma reação popular (que veio) tentou corrigir com um “temos pessoas mal alimentadas” e depois com um “não temos pessoas esqueléticas”.
Pensei em um talvez por isso, pela má alimentação, e não fome, nós tenhamos um país de gordinhos e gordinhas? Afinal obesidade não é fome e sim excesso de comida. Come-se mal, mas come-se muito. Saudáveis e não saudáveis, importante é que já temos o briefing, agora só montar o anúncio: “bem-vindos à terra dos sem fome”. Quanto aos esqueléticos não são pobres famintos, são atletas olímpicos, valorizando a rima. E mais: qualquer posição contrária é coisa de comunista.
Comercial pronto, vamos ao que interessa, ou não interessa, vamos acabar com o bolsa família, de fato e com respaldo na constatação de que nessa terra de índios, pardos, negros, quilombolas e “paraíbas” somos todos idiotas úteis e respeitados pelo Trump da América aqui de baixo.
Carlos Alberto de Lima é jornalista em Alta Floresta