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Artigo Segunda-feira, 31 de Agosto de 2015, 00:00 - A | A

31 de Agosto de 2015, 00h:00 - A | A

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Sedentarismo sexual



MARGARETH BOTELHO

 

Eu confesso que tentei. Juro. Juro que gostaria de escrever hoje sobre algum assunto do momento.

Pensei na Lava Jato, Pixuleco, Ararath, Arqueiro, Ouro de Tolo ou a Operação Dríades. Imaginei arriscar alguns pitacos sobre a economia nacional.

Na dúvida cruel sobre o Brasil ter chances de sobreviver a essa avalanche chamada recessão.

Quem sabe pudesse gastar algumas palavras até para comentar a respeito das manifestações pró-impeachment ou pró-Dilma.


Mas achei que era chover em pleno dilúvio. Domingo com estresse político e financeiro, melhor não!

E na empreitada redentora por um tema, lógico, encontrei outra sensacional pesquisa sobre sexo. Êta assunto pra lá de metro no mundinho fechado dos cientistas comportamentais.

Meu último achado, indica que atividade sexual ocasional eleva o risco de ataques cardíacos. Não tive a menor dúvida. Meio pirada, feito o Ultraje a Rigor, gritei: ‘Sexo! Eu quero sexo!’.

Em seguida, xerocando Rita Lee, com jeito de Arnaldo Jabor, cantarolei: ‘Sexo é imaginação, fantasia’.

Por fim, envolta em absoluta calmaria, a lá Carmen Miranda, uma mulher à frente de seu tempo, sussurrei: ‘beijei a boca de quem não devia’. Ponto. Comecei a escrever.

Made in Estados Unidos, o estudo que me instiga hoje nasceu na Escola de Saúde Pública de Harvard, em Boston, no Centro Médico Tufts, também de Boston, e na Tufts University, de Medford, em Massachusetts.

Uma assinatura e tanto para respaldar a conclusão de que a atividade sexual vez ou outra não faz nada bem ao coração.

A pesquisa mostra que existe um aumento de 2,7 vezes de ocorrer um ataque cardíaco durante ou logo após uma transa para aqueles, digamos assim, sexualmente sedentários.

Autores do estudo explicam que a ameaça de um ataque cardíaco no meio da relação sexual para quem não é muito afeto a essas coisas da carne chega a 2,7 para 1 milhão.

Já aos dedicados ao prazer, sexualmente ativos ou praticantes, o número é de 1 em 1 milhão. Mesma conclusão, ou quase idêntica, serve para as pessoas que mantêm atividades físicas.

Problemas cardíacos para esse grupo baixam a níveis bem razoáveis. Cientistas afirmam que há uma redução de 45% no risco de cardiopatias e de 30% para morte súbita, quando a malhação faz parte da rotina semanal de uma pessoa.

Então de volta aos embalos do Ultraje, arrebentando com ‘Sexo! Como é que eu fico sem sexo?’, vou recomendando uma receita sem reações adversas. Ao contrário, só possui efeito positivo.

É o ‘Mexa-se’, remédio de uso contínuo a ser administrado de duas formas.

A primeira deve ser aplicada direto no corpo nas academias de ginástica, de 2 a 3 vezes por semana, seguindo as orientações da bula.

A segunda dose não tem restrição quanto ao número de vezes e nem sobre a maneira de uso. É liberada ao paciente a escolha dos dias da semana, hora e local.

Reza a cartilha de nossos heróis norte-americanos, autores da pesquisa que todo estresse psicológico acentua as possibilidades de uma intercorrência cardíaca, que o popular ‘Mexa-se’ possui excelente resposta física e mental.

Aliás, é bom esclarecer que o medicamento causa sim dependência, mas o uso prolongado não provoca efeitos colaterais, salvo naqueles que dão a maior vacilada. Aí, basta contar exatos 9 meses para conhecer a resposta.

Agora, retornando ao começo deste texto, sou obrigada a confessar que a cada digitada da palavra sexo, o que me veio à mente foram versos meigos tipo ‘Amor é para sempre. Sexo também. Sexo é do bom. Amor é do bem’.

Sinto, com grande alívio, que o mundo não vai rumo ao ‘beleléu’ no quesito sentimento, embora o ser humano, muitas vezes, faça questão de fugir de suas origens e se recusa a enxergar a incrível dualidade amor e sexo.

MARGARETH BOTELHO é jornalista em Cuiabá.
[email protected]

 

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