José Vieira
Mato Grosso do Norte
Alta Floreste deverá ser a primeira cidade de Mato a receber um grande investimento na construção de um cemitério privado.
O local que abrigará o projeto fica localizado nos fundos da pedreira Pallus, na rodovia MT -208. O sócio do projeto e diretor do grupo responsável pelo empreendimento, Gelcio Silveira, disse à Mato Grosso do Norte, que os estudos sobre o projeto começaram há 2 anos e já foi liberada a licença de uso do solo por parte da prefeitura. Atualmente, as demais licenças estão no processo de análise por parte dos órgãos competentes, a exemplo da Sema [Secretaria Estadual de Meio Ambiente].
É um modelo, segundo ele, no estilo americano de cemitérios. Nos jazigos não tem caixas, construções e cruz. É um jardim gramado com uma placa de bronze, marcando as informações sobre a pessoas que ali estarão sepultadas.
Sobre possíveis impactos ambientais, o empresário afirma que foram feitas todas as análises prévias. Porém, antes de se optar pelo local escolhido, várias outras áreas foram avaliadas, inclusive com o serviço de geólogos. E com base nestes resultados, o projeto seguiu com a solicitação das licenças aos órgãos competentes.
“Fizemos um estudo muito aprofundado. É um projeto pioneiro é com o zelo de um empreendimento particular, porque já fizemos um grande investimento nesta primeira etapa. Portanto, não queremos problemas e seguimos todo o rito com muita responsabilidade. Tivemos que limpar uma área de 130 mil metros quadrados com máquinas”, enfatiza.
O empresário diz que ciente que o projeto, a princípio, poderá motivar polêmica na população, principalmente moradores das imediações. No entanto, garante que não há impacto porque não será um cemitério comum. E com bases em relatos de quem mora próximo ao cemitério, as pessoas entendem que não tem problema nenhum.
É um modelo no estilo americano de cemitérios. Nos jazigos não tem caixas, construções e cruz. É um jardim gramado com uma placa de bronze, marcando as informações sobre a pessoas que ali estarão sepultadas
“Não haveria vazamentos porque o projeto é feito com o corte no solo, uma camada de brita, uma camada de cal e mais uma camada de brita e outra camada de cal e então é colocada a caixa de concreto com 30 centímetros de terra e plantado grama para ficar o jardim perfeito. Não tem acesso de animais e não escorre líquidos dos corpos”, relata Gelcio.
“Entre outros empreendimentos que poderiam acontecer, o impacto para a sociedade é muito reduzido”, acrescenta”, acrescenta.
Cemitério será o primeiro em Mato neste formato e será construído em uma área de 130 mil metros quadrados no fundo da pedreira Pallus
“Quem está nos assessorando são pessoas dos Estados Unidos, que tem 8 cemitérios neste formado no Brasil. E nós vamos fazer em Alta Floresta um empreendimento pioneiro em Mato Grosso e referência no Brasil, não deixando a desejar para qualquer outros de São Paulos, Santa Catarina e Paraná. E fora no Brasil no México e Estados Unidos. Isto porque acreditamos no crescimento de Alta Floresta e região. A sociedade precisa de algo assim e vai ser muito positivo, com base nas referências que temos”, avalia.
De acordo com ele, quando estiver com todas as licenças para tocar adiante o projeto, os investidores irão conversar com a sociedade e passar todas as informações sobre o projeto.
“Vamos fazer isto quanto tiver um ok ou não dos órgãos públicos. Por isso ainda não fizemos, porque seria uma irresponsabilidade criar expectativas e dúvidas na população, sem ter uma confirmação dos órgãos competentes que o projeto é possível. Não estamos com o propósito de especular. Se os estudos se concretizarem, faremos as devidas divulgações”, assegura.
“A licença de uso do solo é o primeiro passo. E nela a prefeitura diz que a região é fora do perímetro urbano e não há problema. Mas quem diz se pode ou não, são os órgãos competentes, que avaliam se há impacto ambiental. Mas estamos seguindo todos os passos”, reitera
Conforme ele, o empreendimento demanda grande soma de recurso. Além da parte de sepultamento tradicional, o projeto também inclui o crematório, que seria o primeiro num um raio de 400 quilômetros a oferecer este serviço.
Ele pontua que é importante a sociedade entender a importância do crematório a partir do princípio da sustentabilidade.
“As amputações, fetos de abortos de ordem natural ou não, restos de bariátricas que são considerados lixo hospitalar, devem ser enterrados num cemitério ou cremados. E este projeto é o único particular do Mato Grosso e que tem um cunho de ordem social. Há casos destes materiais em outros Estados, que acabam indo para os lixões, com grande possibilidade de contaminação, porque podem ser comidos por animais e esses animais podem se infectar com doenças. Este seria um dos benefícios para a sociedade”, explica.
Com o crescimento demográfico, existe a possibilidade do cemitério Jardim da Saudade ficar lotado e o município terá que investir e fazer um segundo cemitério. E o cemitério particular pode ser considerado uma ação pública privada.
“O crescimento da população é uma realidade no mundo todo. E no nosso caso será totalmente privado, mas atenderá e desafogará o cemitério, além de proporcionará ao cidadão escolher onde gostaria de deixar ou sepultar seu ente querido”, acentua.
Foto/ Divulgação

Modelo de caixa de concreto onde o corpo é colocado para o sepultamento