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Atualidades Segunda-feira, 21 de Dezembro de 2020, 00:00 - A | A

21 de Dezembro de 2020, 00h:00 - A | A

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Bairro Jardim das Flores: Nova escola é disputada entre moradores e Escola Militar



José Vieira do Nascimento
Editor Mato Grosso do Norte

Moradores dos bairros Jardim das Flores e Guaraná estão sem saber se a comunidade escolar irá ser atendida pela nova Escola que foi construída pela prefeitura de Alta Floresta, na avenida Bom Pastor, como havia sido anunciado anteriormente pela gestão municipal, ou se o espaço será doado ao Estado para abrigar a Escola Militar Dom Pedro II. 
Na semana passada, os pais de alunos da Escola Municipal Jardim das Flores, iniciaram um movimento e estão cobrando um posicionamento do prefeito Asiel Bezerra e da secretária de Educação, Maria Iurna Portão.   
Segundo o diretor da Escola Jardim das Flores, Nilson Pereira da Silva, o bairro enfrenta sérios problemas relacionados a Educação, porque a Escola não tem espaço e salas suficientes para atender a demanda de alunos da comunidade. 
A Creche Irmã Dulce, segundo ele, forma 5 turmas de alunos para o 1º ano. A escola Jardim das Flores absorve apenas três turmas e o restante dos alunos são obrigados a ir se matricular nas Escolas Cecília Meirelles, Rui Barbosa e Sônia Maria Faleiro.
"A solução seria a escola nova. Mas os pais não sabem o que irá acontecer, se a escola nova será usada pelos moradores do bairro ou pela escola Militar", disse. 
Porém, Nilson frisa que a decisão do município de entregar para o Estado a Nova Escola, teria que ser bem planejada e discutida com a comunidade. 
“O que está deixando a população indignada é que o prefeito está afirmando que irá inaugurar a nova escola, mas sem esclarecer à comunidade se a mesma irá atender aos moradores do Jardim das Flores, Guaraná e Bom Pastor ou se será doada para o Estado para abrigar a Escola Militar”, disse. 
Ele lembra que é obrigação do município atender ao Ensino Infantil e as series iniciais, mas que hoje a prefeitura não consegue atender 100% deste público de estudantes. Desta forma, o município precisa ampliar o número de vagas para atender a demanda. 
Segundo o diretor, Nilson Pereira da Silva, a situação do município pode se agravar ainda mais com o decreto do governador, que o Estado não terá mais responsabilidade com turmas de 1º ano, ficando a cargo das prefeituras já a partir de 2021. “Se o prefeito atual ou o eleito doar esta nova escola para o Estado, o setor de Educação do município enfrentará dificuldade ainda maior. Hoje já não atende 100% e a demanda por vagas irá crescer”, observa. 
O presidente do Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar da Escola do Jardim da Flores, Sérgio Inácio, deixa claro que nem ele e nem a comunidade tem óbice contra a Escola Militar. No entanto, os pais estão cobrando um espaço adequado que atenda a demanda de alunos, não apenas do bairro Jardim das Flores, mas também dos adjacentes, como o Jardim Guaraná.
Segundo ele, a escola Jardim das Flores não tem salas suficientes para atender os alunos do bairro. São apenas 8 salas para atender a mais de 400 alunos. “Não somos contra a Escola Militar. O que estamos lutando é por um direito nosso, que é escola para nossos filhos. E hoje faltam vagas na Escola Jardim das Flores para atender os alunos. A escola não supre as necessidades da comunidade escolar. Não estamos forçando a barra, estamos cobrando espaço adequado para a quantidade de crianças do bairro”, observa Sérgio.
A situação física da Escola Jardim das Flores, conforme Sérgio, é precária. Além de faltar espaço para atender a demanda por vagas, os alunos enfrentam diversos problemas, como os banheiros deficientes e a quadra Esportiva. 
A quadra não tem como ser usada pelos alunos. Quando chove, fica dias alagada e nos dias de bom clima, como não tem cobertura, os alunos ficam expostos no sol. “Se a prefeitura quer doar a escola nova para o Estado, então que reforme a nossa escola e construa salas para atender a demanda e melhore as condições física da escola! Na área da escola tem espaço para esta ampliação”, enfatiza.

Sérgio pontua que quando se fala que a Escola Militar atenderia a todo o município, há de se observar que os moradores dos bairros Jardim das Flores e Guaraná, são famílias de baixo poder aquisitivo e não conseguiriam manter um filho na Escola Militar. “Tem o processo seletivo e só de uniforme é R$ 100,00”, diz.

Outra observação feita por Sérgio é que a Escola Militar não precisa de um espaço do tamanho da nova escola construída na avenida Bom Pastor, que tem 12 salas de aulas. Na sua opinião, o Estado deveria reformar a Escola Jardim das Flores e repassá-la para abrigar a Escola Militar. 
“O município é carente no setor de Educação. Não acho que seja justo doar uma escola nova para o Estado que é rico. Esperamos que o prefeito eleito, Chico Gamba, tem consciência e bom senso de não fazer isto!”, opina. 
A Escola Jardim das Flores, segundo o presidente do CDCE, poderia ter o 9º ano. Porém, não tem por falta de salas de aulas. Conforme ele, os alunos poderiam já saírem formados para cursar o Ensino Médio em outra escola. 
Outro lado- O diretor da Escola Militar Dom Pedro II, Major Evandro, disse em entrevista à imprensa, que desde que a escola foi implantada no município, funciona em local improvisado. E conforme ele, há um acordo firmado entre o município e a Secretaria Estadual de Educação, que a prefeitura cederia um espaço físico adequado para a escola, o que até hoje não aconteceu. 
Segundo ele, o prefeito abrigou a escola no Ginásio de Esporte até que uma escola que estaria sendo construída pelo município pudesse ser repassada em comodato para o Estado. E que agora e escola está pronta. E que está aguardando o novo prefeito para saber o que poderá ser feito. 
Reunião - Nesta segunda-feira às 17 horas, está marcada uma reunião com os moradores do bairro Jardim das Flores, os atuais gestores do município e o prefeito eleito, Chico Gamba, para discutir o destino da nova Escola. A reunião acontece na Escola Jardim das Floresta. 

 

 

Presidente do CDCE da Escola Jardim das Flores, Sérgio Inácio

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