Reportagem/ Mato Grosso do Norte
Uma importante reunião foi realizada na sede da cooperativa de garimpeiros em Peixoto de Azevedo, na noite de segunda-feira, 27. Além de autoridades, um grande número de garimpeiros participou.
O objetivo foi para discutir a legalização da atividade dos balseiros no Rio Peixoto e formalizar uma denúncia contra as ações da Polícia Ambiental e da SEMA (Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso). Para os balseiros, a ação no rio Peixotinho foi classificada como truculentas e prejudiciais ao Meio Ambiente.
Operação Rastro de Érebo foi uma ação da Polícia Civil de Mato Grosso, deflagrada em 20 de outubro de 2025, para combater a extração ilegal de minérios nos rios Peixoto e Peixotinho, nos municípios de Peixoto de Azevedo e Matupá.
Durante a operação, a polícia destruiu nove balsas utilizadas para a extração de ouro. As explosões foram registradas em vídeo e causaram polêmica. A destruição das balsas levantou questionamentos sobre o impacto ambiental do método utilizado, com suspeitas de contaminação da água e do solo com resíduos de óleo e metal.
Dentre os participantes da reunião estavam Vanderson, presidente da Cooper Rio, Léo, presidente da Cooperativa de Garimpeiros de Juruena, Paulistinha prefeito de Peixoto de Azevedo, Edinho da Bonanza, Prefeito de Nova Guarita, Dilmar Dal Bosco, deputado Estadual e os vereadores Zilmar de Guarantã do Norte e Clécio de Peixoto de Azevedo.
As principais pautas debatidas na reunião foram a denúncia de truculência e danos ambientais. Os garimpeiros relataram que as operações de fiscalização têm sido realizadas de forma “truculenta e sem respeito ao meio ambiente. E alegam que as ações da Polícia Ambiental e da SEMA provocam “estragos maiores ainda que os acusados pelo garimpo”.
A reunião sinaliza um avanço no diálogo entre o poder público e os garimpeiros de Mato Grosso, buscando conciliar a atividade econômica tradicional da região
Além disso, muitos trabalhadores ficaram impossibilitados de trabalhar e as multas aplicadas são consideradas impagáveis.
O prefeito Paulistinha observa que o objetivo do encontro é discutir os meios de buscar legalização e responsabilidade ambiental, para os garimpeiros poder trabalharem em paz e sem risco de serem surpreendidos pelas operações.
“ Todos querem trabalhar de acordo com as normas ambientais e tema foi apresentado como prioridade pelos garimpeiros. E vamos ajudar no que for possível para que isto aconteça”, disse o prefeito.
O presidente da Cooperativa de Garimpeiros de Jurueba, Sr. Léo, afirmou que trabalhar na legalidade é o desejo de todos os garimpeiros. “A gente quer trabalhar legalizado para que não aconteça novamente de danificarem nossos equipamentos, queimar máquinas e prender garimpeiros. Aqui no nosso meio tem pais de famílias que saem em busca de 1 grama de ouro para comprar um pacote de arroz”, disse.
A reunião sinaliza um avanço no diálogo entre o poder público e os garimpeiros de Mato Grosso, buscando conciliar a atividade econômica tradicional da região, com a necessidade de proteção e sustentabilidade ambiental, por meio da regularização.
O deputado estadual Dilmar Dal Bosco (União) líder do governo na Assembleia Legislativa, também assumiu o compromisso de apoiar as causas da categoria em busca da legalização da atividade.
Na reunião ficou estabelecido como prioridade o compromisso do Governo Estadual de viabilizar, dentro da legalidade, as licenças para a atividade. A expectativa é que, em um curto espaço de tempo os balseiros possam retomar suas atividades, legalizados, respeitando integralmente o Código Ambiental.
Ação Federal (CNRD)- Também ficou definido que será buscado, junto ao Governo Federal, o desmembramento ou cancelamento do registro de áreas concedidas a grandes empresas que apenas registram o subsolo e não o utilizam de forma adequada. A medida visa abrir espaço para o garimpo artesanal e cooperativo.
Investigação interna - O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, determinou uma investigação interna para apurar o procedimento adotado pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), atendendo a pedidos de esclarecimentos.








