José Vieira do Nascimento
Editor Mato Grosso do Norte
Desde que começou a crise causada pela pandemia da Covid-19, os empresários do segmento da alimentação fora do lar, trabalham para encontrar maneiras de manter viva as suas empresas e se reinventam para se adaptar ao inusitado cenário da economia.
De acordo com, Ricardo Pagnoncelli, presidente Associação da Gastronomia de Alta Floresta (AEGAF), as medidas restritivas impostas pelos governos estadual e municipal, impactaram diretamente o setor de alimentação fora do lar. Primeiro, de acordo com ele, as 30 empresas associadas a AEGAF, tiveram grandes dúvidas com relação ao que determinavam os decretos.
“Conforme os decretos iam sendo publicados, percebemos que os empresários tinham muitas dúvidas de como funcionaria o seu negócio. Se poderiam abrir as portas, se não poderiam. Tinha a medida de toque de recolher às 20hs, e algumas empresas trabalhavam até às 22hs. A associação teve um papel de esclarecer, buscando informar que o comércio estava aberto apenas para atender para o cliente pegar e levar para comer em casa (delivery). Aos poucos os empresários foram se adaptando a esta realidade”, explica Ricardo.
As empresas que já tinham o delivery em seu modelo de negócio, conforme ele, tiveram mais facilidade de adaptação. Contrataram motoboy, houveram casos em que os garçons se tornaram entregadores.
“Para as empresas menores, que não tinham condições de contratar motoboys, a associação atuou no sentido de ter entregadores que eram compartilhados entre várias empresas, para fazer o delivery. Foi um papel importante exercido pela associação, pois esta parceria foi positiva. E fizemos divulgação das empresas que atuam com o delivery”, explica o presidente da AEGAF.
As empresas, segundo ele, também tiveram que fazer adequações no cardápio para ajustá-los ao modelo de entrega. “Alguns pratos não são apropriados para a entrega e alguns restaurantes, que não trabalhavam com delivery tiveram que se reinventar para enfrentar a nova exigência do mercado”, observa.
Os prejuízos que a pandemia vem causando no setor de alimentação, de acordo com Ricardo, é muito grande. O empresário enfatiza que o setor foi diretamente impactado e durante 40 dias foi obrigado a atuar apenas com o delivery.
“Mesmo que as empresas tenham se adequado ao sistema delivery, o faturamento tem sido muito menor para os restaurantes, confeitarias e padarias e os prejuízos para os empresários tem sido muito grande”, disse.
Agora, com as empresas voltando a atender [seguindo as normas de uso de máscaras e disponibilização de álcool gel, distanciamento entre mesas] ele acredita que foi positivo para as empresas retornarem aos poucos, sua rotina normal de trabalho.
Ricardo faz questão de explicar que o cliente deve entrar de máscara no recinto, sentar e permanecer com a máscara. No momento que for comer, a retira e recoloca após terminar sua refeição.
“Houve uma dúvida, mas depois foi orientado aos restaurantes e demais empresas do segmento, a proceder desta forma. É uma transformação que está acontecendo no modelo de negócio, para ter segurança para os clientes, para os funcionários e colaboradores, e um controle rígido com relação a pandemia do coronavírus”, esclarece.
Porém, ele enfatiza que muita gente continua assustada com a pandemia e prefere não sair de casa.
“Tem muitos clientes evitando sair para não se expor a algum risco de contaminação. E com isto, houve redução no número de clientes mesmo após a abertura dos restaurantes. Também há a questão econômica, porque muitas pessoas estão inseguras, evitam fazer gastos. E com isto, toda a economia é afetada e os bares e restaurantes também”, observa.
Ricardo, da AEGAF
