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Atualidades Sexta-feira, 21 de Julho de 2017, 00:00 - A | A

21 de Julho de 2017, 00h:00 - A | A

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Índios encerram protestos e querem urnas com restos mortais de antepassados



assessoria

A ocupação do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica São Manoel feita pelos índios Munduruku e liderada pelas mulheres da etnia encerrou na noite da última quarta-feira, 19, após reunião realizada entre os indígenas, Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Ministério Público Federal (MPF) e representantes das empresas responsáveis pelas Usinas Hidrelétricas de São Manoel e Teles Pires.

A mobilização chegou ao canteiro de obras da UHE São Manoel na madrugada do dia 16. Durante os 4 dias de ocupação as obras permaneceram paradas.

As pautas de reivindicações dos indígenas foram entregues e os cerca de 200 Munduruku decidiram sair da ocupação e seguir a mobilização até a cidade de Alta Floresta (MT), onde as urnas funerárias dos seus ancestrais estão guardadas.

Estes artefatos estavam no local considerado sagrado da etnia, a cachoeira de ‘Sete Quedas’, e foram retirados pela Companhia Hidrelétrica Teles Pires (CHTP) durante a construção da UHE Teles Pires. 12 urnas funerárias estão sob a posse da CHTP desde 2014.

A procuradoria da República em Mato Grosso, em 2015, recomendou que as urnas deveriam ser mantidas pela CHTP até que as lideranças indígenas junto da FUNAI e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) definam um local para elas serem guardadas.

Desde fevereiro de 2017, as urnas funerárias do povo Munduruku estão no Museu Histórico de Alta Floresta (MT), local para onde os indígenas que estavam no canteiro de obras da UHE Teles Pires decidiram ir. Os munduruku dão muita importância a valores espirituais e acreditam que esses espíritos ainda estão no local e vão voltar.

Os índios também reclama de danos ambientais com a construção das usinas hidrelétrica. E querem um fundo em favor da etnia, que tem 18 mil indígenas em 130 aldeias, sendo 120 na Terra Indígena Munduruku e 10 em uma outra área, a terra Sawré Muybu, ainda não homologada.

 

Diante desta situação, a Usina São Manoel emitiu nota. Confira a íntegra da nota.

"A Empresa de Energia São Manoel informa que segue em tratativas com o povo Munduruku e também com os órgãos competentes, e está fortemente comprometida em encontrar uma solução que garanta a segurança das comunidades locais, colaboradores e do empreendimento. A Funai (Fundação Nacional do Índio) confirmou uma reunião que ocorrerá na próxima quarta-feira(19/07) com o grupo indígena. A Companhia reforça que todas as condicionantes ambientais são cumpridas rigorosamente e estão em conformidade com a legislação vigente."

 

 

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