Assessoria
ICV
Mato Grosso manteve sua posição como segundo estado que mais desmata a floresta amazônica em território brasileiro, atrás apenas do Pará. Foram 1.880 km² de áreas com alertas de desmatamento entre agosto de 2019 e julho de 2020 na região mato-grossense do bioma, um aumento de 31% em relação ao mesmo período entre 2018 e 2019, quando registrou 1.436 km².
O número equivale a uma área maior que o município de São Paulo de mata derrubada e representa 20% do desmatamento registrado em toda a Amazônia no país. O índice também demonstra uma alta consecutiva no estado, que ano passado contabilizou o aumento de 26% nos alertas em comparação ao período de 2017 a 2018.
Já o Cerrado em Mato Grosso teve 567 km² de áreas com alertas no mesmo período, uma redução de 47% em relação ao levantamento anterior, quando registrou 1.076 km².
Os dados foram compilados pelo novo painel interativo do Instituto Centro de Vida (ICV) lançado para monitoramento do desmatamento da Amazônia e do Cerrado em Mato Grosso a partir do Deter, sistema de alertas de desmatamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os painéis serão atualizados mensalmente com os dados do novo período do calendário oficial de monitoramento do sistema, de agosto deste ano até julho de 2021.
Alertas - Na Amazônia mato-grossense, os imóveis registrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR) concentram a maior parte dos alertas (58%), seguidos das áreas não cadastradas (29%) e dos assentamentos rurais (10%).
O painel também mostra a incidência dos alertas em áreas protegidas, que tiveram 51 km² de área desmatada no período, dos quais 44 km² ocorreram em Terras Indígenas (TIs).
Um destaque foi o aumento de 423% dos alertas de desmatamento em Unidades de Conservação (UCs) de proteção integral e de domínio público em comparação ao período de 2018 a 2019, quando foi contabilizado 1,3 km². A mais impactada foi a Estação Ecológica do Rio Roosevelt, que teve 4,3 km² de área desmatada.
Queimadas- Além dos painéis de Alertas de Desmatamento, o Instituto Centro de Vida (ICV) lançou o Monitor de Queimadas para monitorar os focos de calor no estado durante o período proibitivo de queimadas, que termina no dia 30 de setembro. Em sua última atualização, o painel mostrou que, apenas nos dez primeiros dias de agosto, Mato Grosso superou os números de focos de calor registrados em julho inteiro.