José Vieira do Nascimento
editor Mato Grosso do Norte
Na visão de muitos pioneiros, os anos 90 não foram bons para a economia de Alta Floresta. O município estava saindo do ciclo do ouro e a economia se sustentava na madeira e pecuária e a cidade permaneceu estagnada por vários anos.
Os primeiros 10 anos no novo milênio seguiram em retração e o município chegou a perder um considerável número de habitantes. Estes anos coincidiram com as constantes operações do Ibama e Força Nacional, em fiscalização ao setor madeireiro e a crise na pecuária de corte [com a morte súbita das pastagens].
Porém, Alta Floresta virou a chave do crescimento com o anúncio da construção do complexo de usinas hidrelétricas {Teles Pires e São Manoel}, a partir de 2011, que despertou o gigante que estava adormecido. Os investimentos nas usinas hidrelétricas, que injetou cerca de R$ 15 bilhões em Alta Floresta e Paranaíta, motivou a economia local.
A euforia causada pelas obras das hidrelétricas, despertou o timing de alguns empresários, que perceberam que investir no mercado imobiliário seria um investimento com retorno garantido e um marco para a retomada do crescimento da cidade. E foram as implantações de um grande número de loteamentos que está insuflando o grande crescimento de Alta Floresta, que desponta no cenário atual como a cidade que mais cresce em Mato Grosso. Os indicadores verificados comprovam que o setor imobiliário, aliado a construção civil, são responsáveis pelo boom econômico experimentado por Alta Floresta nos últimos 6 anos.
De 2016 a 2018, a prefeitura de Alta Floresta aprovou 8 loteamentos, neste período foram aprovados os loteamentos, Jardim das Begonias, 2º Etapa, Jardim América, setor Vila Verde, setor Jardim das nações, ampliação do loteamento Jardim das Araras, Residencial Almeida Prado 2º etapa, setor Jardim Ipiranga e setor Brasil Norte, que está em fase de aprovação.
Atualmente, mesmo não havendo reconhecimento por parte do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – o crescimento demográfico do município foi espetacular. A partir de 2012, com base em dados da prefeitura de Alta Floresta, conforme o número do programa bolsa família, de alunos matriculados nas escolas municipais e estaduais e moradores da zona rural, a população de Alta Floresta saltou para mais de 70 mil habitantes.
Da mesma forma que a cidade consolidou sua estrutura de atendimento nos mais diversos setores de serviços, transformando em um dos mais importantes polos de Educação Superior de Mato Grosso, com a construção do IFMT [Instituto Federal de Mato Grosso], que se somou as faculdades já existentes, com cursos de formação técnica.
Nos cálculos da arquiteta e urbanista, Vanessa Nossol, anualmente são construídas 400 novas casas em Alta Floresta.
Para o corretor de imóveis em Alta Floresta, Rogério Zílio, mesmo com a conclusão das obras das usinas hidrelétricas, o mercado imobiliário, apesar de ter havido um desaquecimento, continua sendo atrativo e um ótimo investimento na cidade.
“Estamos vivendo um momento de transição no mercado imobiliário local. Tivemos uma queda nos preços e na demanda nos últimos dois anos, proporcionado sobre tudo, pela conclusão das obras das usinas hidroelétricas em nossa região. O setor imobiliário que se manteve bom foi o de venda de terrenos a prazo pelas loteadoras”, observa Rogério.
Para o corretor, o setor imobiliário é uma das mais importantes vertentes do desenvolvimento econômico do município, pois possibilita o aquecimento de diversos setores de comércio e serviços, gerando empregos e renda e melhorando a qualidade de vida das pessoas.
Sobretudo porque hoje qualquer pessoa que possua um emprego ou tenha uma renda fixa, tem condições de adquirir um imóvel. “Entendo que investir em imóveis, com foco a longo prazo, ainda continua sendo um excelente investimento em Alta Floresta, sobretudo, pela segurança e garantia do capital. E isso vale para imóveis urbanos e rurais”, disse.
“Temos muitas linhas de crédito imobiliário que são oferecidas pelas diversas instituições financeiras, que atuam em nossa cidade. Isso facilita no auxílio de crédito para aqueles que possuem emprego ou renda para a compra da casa própria ou até mesmo imóveis comerciais. Já para aquisição de terrenos, existe grande oferta por parte das loteadoras com financiamento próprio”, observa.