José Vieira do Nascimento
Editor Mato Grosso do Norte
Os moradores das comunidades da 3ª e 4ª Leste em Alta Floresta, decidiram barrar a continuidade da obra de construção do Pedágio na tarde de quarta-feira, mas afirmam que não arredam pé e estão dispostos a permanecer no local por tempo indeterminado. Nesta quinta, a obra permaneceu parada.
Os moradores discordam do local onde a praça de Pedágio está sendo construída. A decisão contraria o que foi definido em audiência pública, que a estrutura seria edificada a 23 quilômetros de Alta Floresta. No lugar onde está sendo feita, a distância da cidade é apenas de 12 quilômetros, fator que obriga os moradores de várias comunidades pagarem pedágio para vir na cidade.
A professora Darlene Cristina Gonçalves, da comunidade Mundo Novo, reitera que o povo vai permanecer no local e não irá permitir que a obra seja retomada.
“Aqui não vai ser construído porque este local não é o que está na ata da audiência pública. Se o povo foi chamado para uma audiência pública, tem que respeitar o que foi decidido. E aqui também não é o quilômetro 23, porque o marco zero não é no Trevo do Piovesan”, enfatiza. “Nós somos moradores daqui e não vamos sair. Neste local não será construído. E ponto! Se precisar ficar um mês ou dois aqui, vamos ficar”, acrescenta Darlene.
Conforme ela, a cobrança é que venha alguém do governo ou da empresa para conversar com os moradores e apresentar uma solução para o impasse.
O coordenador de engenharia da Via Brasil, Carlos Rebouças, engenheiro responsável pela obra, alega que não tem autoridade para decidir, mas que já comunicou a direção da empresa que a obra não tem condições de ser continuada enquanto não for resolvido a situação.
“Quem decide não é eu. Estou seguindo o que está no edital e o edital quem fez foi a Sinfra [Secretaria Estadual de Infraestrutura] e é ela que pode mudar o edital. Não tenho poder para mudar nada. Tem que ter alguém acima de mim para resolver. Só estou cumprindo o meu papel”, disse Carlos.
No entanto, ele acentua que a empresa Via Brasil está investindo dinheiro próprio na recuperação da estrada. “Não estamos investindo dinheiro do governo. É dinheiro da empresa. Se a obra neste local tem impacto social, se mudar para 23 quilômetros terá impacto financeiro”, argumenta.
Nesta sexta-feira, às 9hs, está marcada uma reunião na Promotoria de Justiça em Alta Floresta, com representante da Secretaria Estadual de Infraestrutura- Sinfra- Via Brasil e a população. A pauta será a busca de uma solução para o problema.