Jornal Mato Grosso do Norte
Sucena Shkrada Resk
ICV
Trinta representantes da sociedade civil do município de Terra Nova do Norte se dedicaram a um exercício de cidadania, na manhã do dia 8 e definiram uma lista de prioridades para a gestão pública viabilizar para a sustentabilidade do município, durante uma oficina do Movimento Municípios Sustentáveis.
Entre os temas considerados mais importantes pelo grupo estão a recuperação das nascentes e do principal curso d`água, o rio Esperança, e a ampliação e modernização da rede de distribuição de abastecimento de água local. Outro investimento em saneamento básico reivindicado pelos participantes é a construção de um aterro sanitário em substituição do lixão local, no município que tem hoje uma população aproximada de 12 mil habitantes.
No final da atividade, foi elaborada uma carta de prioridades, com a aprovação da contribuição de propostas dos presentes junto com as já constantes no plano de metas socioambientais do município, que será apresentada aos candidatos a prefeito do município por representantes dos participantes, que são pessoas oriundas de diferentes segmentos, desde a educação à agricultura familiar.
O objetivo é fazer com que os políticos se comprometam com as metas. Este grupo focal formado por 12 pessoas acompanhará o processo até a eleição e cobrará o comprometimento do vencedor. Na sequência, a proposta é que criem um observatório cidadão da gestão pública para acompanhar estas pautas e propor alternativas que possam ser executadas com a participação social, neste modelo de gestão participativa.
“A questão da água é séria e se prolonga há muitos anos. Os equipamentos estão ultrapassados e a infraestrutura hoje não atende a demanda de crescimento populacional no município. Temos falta de água com frequência e muitas regiões ela chega turva”, diz Gilma Aparecida dos Santos, professora de Geografia e moradora há 14 anos no município.
Eliseu Venceslau de Brito, biólogo e coordenador de Vigilância em Saúde, explica que a rede de distribuição é antiga e precisa de um investimento alto. “Também precisamos recuperar nossas nascentes, que já estão sofrendo fortes pressões, e ter planejamento de recuperação de Áreas de Proteção Permanente (APPs)”, explica.
O atual lixão do município é mais um problema que o grupo avalia como grave. “Fica perto da BR 163 e em um local com declive que deixa vulnerável nossos corpos d`água”, acrescenta Eliseu. “O aterro sanitário é essencial. Já se cogita um processo em sistema consorciado entre o nosso município e os de Nova Guarita, Santa Helena e Itauba”, relata Paulo Sérgio Leite, professor da rede municipal. Os três integram o grupo focal do movimento.
Herbert Dias Ferreira, promotor público de Justiça de Terra Nova do Norte, acompanhou a oficina, e citou a importância do empoderamento dos cidadãos na agenda pública. “Nada melhor do que eles mesmos para apontarem os problemas que ocorrem no dia a dia do município. Essa reunião foi legitimada pois tem representantes de vários segmentos da sociedade. O Ministério Público apoiará a iniciativa do observatório, no que for de sua competência de fiscalização”, afirmou.