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Caderno B Terça-feira, 24 de Maio de 2016, 00:00 - A | A

24 de Maio de 2016, 00h:00 - A | A

Caderno B /

Além do espelho

Jornal Mato Grosso do Norte



por Anna Bittencourt

TV Press

      Cleo Pires é uma mulher arrebatadora. O tipo "femme fatale" acompanha a atriz em seus bissextos papéis na tevê. Atrás da personalidade forte e do jeito sedutor, ela esconde um discurso quase ingênuo. Em "Haja Coração", que estreia no horário das sete no dia 31 deste mês, Cleo interpreta Tamara. Uma mulher que, como ela, é intempestiva e, por vezes, até inconsequente. "A Tamara sou eu ontem", brinca. Segundo a atriz, o que a distancia de sua personagem é a maturidade. "Temos uma certa angústia de elaborar os sentimentos. Mas eu já consigo fazer isso com mais facilidade. Gosto de aprofundar minhas sensações. Às vezes consigo, às vezes não. Mas eu tento", compara Cleo, que garante que as similaridades vão além das aparências físicas – além das tatuagens da atriz, o figurino e o cabelo foram quase inteiramente preservados. "A gente se esbarra em vários momentos", admite.

      Na história de Daniel Ortiz, Tamara desconta sua ansiedade buscando adrenalina. "Ela cresceu vendo a mãe ser reprimida, por isso escolheu uma vida autônoma e independente", diz, citando a personagem de Carolina Ferraz. Para aliviar suas angústias, a personagem é piloto de Fórmula Pick-Up. Embora se considere ótima motorista, a atriz conta que usará uma dublê para as cenas de direção. "Foi uma escolha da Globo para não me colocar em um risco que pudesse comprometer o andamento da novela", justifica ela, que, ainda assim, fez uma pequena preparação automobilística. "Adoraria dirigir aqueles carrões de verdade. É uma pena", lamenta. Na trama, Tamara se envolverá com Apolo, de Malvino Salvador, que namora Tancinha, protagonista vivida por Mariana Ximenes. Apesar de estar no vértice de um triângulo amoroso, Cleo acha que sua personagem irá atrapalhar o romance "perfeito". "Ela é antagonista, mas não diria que é uma vilã", antecipa.

      Interpretar tipos próximos de sua realidade é algo comum na carreira televisiva da atriz. Mas, para ela, não existe um problema grande em torno de cair nos estereótipos propostos pelos folhetins. "Não tenho a pretensão de convencer o público de nada. Eu quero emocionar quem está assistindo e isso independe de a personagem ser parecida comigo ou não", justifica. Já no cinema, Cleo consegue caminhar em campos mais diversos. Desde o destaque positivo que teve com "Meu Nome Não é Johnny", de 2008, ela tem participado anualmente de produções cinematográficas. "Adoro cinema e a forma como ele é feito. O tempo de preparação, de produção, o mergulho. É muito prazeroso", elogia. A atriz, inclusive, vai repetir a parceria com Malvino Salvador, com quem fez par romântico na franquia "Qualquer Gato Vira-Lata".

      Hoje com 33 anos, Cleo estreou na tevê com apenas 12, em "O Memorial de Maria Moura". Na minissérie, fez uma participação como a protagonista na adolescência, vivida na fase adulta por sua mãe, Gloria Pires. Em 2003, voltou a atuar, dessa vez no cinema, no longa "Benjamin". Segura após ter levado o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema do Rio de Janeiro no mesmo ano, resolveu se lançar na tevê em "América", de 2005, mas com a preocupação de se distanciar dessa relação mãe e filha em cena. "Tenho muito orgulho de ser filha dela, mas não quero ser comparada a ninguém. A comparação dá uma sensação de perda de mérito, de identidade", explica. Apesar do sobrenome e das carreiras afins, Cleo garante que poucas vezes viu esse contraponto acontecer. "Tenho a personalidade muito forte e sempre coloco minha energia nos trabalhos que faço. Por isso, talvez, não tenha surgido muito espaço para esse tipo de papo", acredita.

                                              

Atuação seletiva

      Entre cinema e tevê, Cleo preza por momentos em que está fora da mídia. Por viver muito a ferro e fogo, ela precisa de liberdade para se dedicar aos seus projetos. "Estudo muito física quântica, cabala... Sou muito estratégica, isso me ajuda a saber a hora de me distanciar e me reagrupar. Gosto de ter tempo para mim, me inspirar com outras coisas", explica. Apesar de ter contrato fixo com a Globo, a atriz estava longe da tevê desde "O Caçador", de 2014. "Estava com saudade de fazer novela. Mas confesso que achei que não estava. De cara, deu uma preguiça, pensei: 'putz, nove meses...'", ri, para depois se explicar. "Realmente não gosto de emendar trabalhos. Novela é uma coisa muito exaustiva. Se não cuidar, você acaba entrando no automático", justifica.

 

Instantâneas

# Em junho, a atriz lança o filme "Mais Forte que O Mundo", que conta a história do lutador de MMA José Aldo.

# Cleo também já gravou a série "Supermax", que foi engavetada pela Globo.

# Carioca, Cleo se divide entre o Rio de Janeiro e São Paulo, onde mantém uma segunda casa.

# Ela também já apresentou o "Cineview", programa do canal pago Telecine, que mostrava as atualidades do mundo cinematográfico.

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