Sábado, 18 de Maio de 2024

Entrevistas Sexta-feira, 08 de Março de 2024, 09:30 - A | A

08 de Março de 2024, 09h:30 - A | A

Entrevistas / CINCO PERGUNTAS

Lobo bobo

Fernando Pavão exalta autonomia artística em sua volta à Globo na pele do interesseiro Mathias de “Família é Tudo”



por Geraldo Bessa TV Press   

              Fernando Pavão foi um dos principais nomes da Record durante 15 anos. Lá, emendava trabalhos por conta do contrato, mas no final de 2022 não teve o vínculo renovado. Este procedimento é cada vez mais comum no mercado audiovisual e o próprio ator já ensaiava buscar outros rumos e mais diversidade na carreira. Livre para trabalhar por obra, ele teve a oportunidade de retornar aos Estúdios Globo na pele do oportunista Mathias de “Família é Tudo”, a novíssima novela das sete.         

        O personagem inicia a trama casado com a carismática Vênus, papel de Nathalia Dill, e vai mostrando suas reais intenções aos poucos. “Fiz o teste e fiquei muito feliz de saber que faria uma novela das sete. Mathias é um grande interesseiro e quer dar um golpe para não ter de trabalhar mais. Ele consegue enganar as pessoas à sua volta por muito tempo. É um legítimo lobo em pele de cordeiro. Me sinto fazendo dois personagens em um”, celebra o ator.  

Os tempos são outros. Por muito tempo, os atores tinham contratos bem rígidos em relação à exclusividade

         

      Paulistano radicado no Rio de Janeiro, Pavão estreou na tevê no final dos anos 1990, no remake de “Meu Pé de Laranja Lima”, da Band. Na década seguinte, passou por produções da Record, SBT e Globo, atuando durante três temporadas na extinta “Malhação”.  Em 2007, se tornou exclusivo da Record, onde fez sucesso como protagonista da minissérie “Sansão e Dalila” e do folhetim policial “Pecado Mortal”.               

  Embora tenha se destacado em diversas produções, também encarou percalços na controversa “Máscaras” e na transição da teledramaturgia da emissora, que passou a investir apenas em produções de caráter religioso.

Foram anos incríveis. A Record me deu uma carreira cheia de personagens diferentes e propostas arrojadas. O fim foi amigável e a porta está aberta”, garante. Feliz em retornar aos Estúdios Globo depois de tanto tempo, ele celebra o novo trabalho e os encontros que ele tem proporcionado.

É muito bom rever as pessoas que trabalharam comigo lá atrás e também fazer novas amizades e parcerias profissionais”, conta.

P – Você foi contratado da Record por 15 anos. Como encara esse trabalho por obra na Globo?

R – Os tempos são outros. Por muito tempo, os atores tinham contratos bem rígidos em relação à exclusividade. É claro que ter um vínculo de longo prazo era a certeza de uma certa estabilidade. Porém, ter a possibilidade de assinar por obra e transitar entre empresas e projetos devolve ao ator o poder de selecionar melhor seus personagens. O contrato por obra é um modelo de trabalho que ganhou força nos últimos anos e acho que o resultado é muito positivo.

P – Sua última aparição na Globo foi em “Pé na Jaca”, de 2006. Como foi esse retorno aos Estúdios Globo?

R – Antigamente, a gente chamava de Projac, né? (risos). Fui muito bem-recebido e acabei encontrando um monte de gente conhecida e também fazendo novas amizades. O próprio Fred (Mayrink, diretor), que eu nunca tinha trabalhado, mas conhecia da época que fazia “Malhação”. Passa um filme na cabeça mesmo.

P – Como surgiu a oportunidade de integrar o elenco de “Família é Tudo”?

R – Depois de muito tempo, voltei a fazer testes. Fiz um teste para integrar produções da Globo em meados do ano passado. Em novembro, me ligaram e falaram que seria para a futura trama das sete do Daniel (Ortiz). Fiquei feliz de fazer uma novela das sete.

P – Depois de tantas produções bíblicas na antiga emissora, é uma forma de oxigenar um pouco sua própria atuação?

R – Com certeza. Até porque, é um personagem cheio de ambiguidade. O Mathias é um cara ambicioso, ardiloso e interesseiro. Ele se aproxima da Vênus desde o início já com intuito de tomar à frente dos negócios dela e aplicar um grande golpe. É um personagem que vale por dois.

P – Como assim?

R – Ele leva uma vida paralela. Vão descobrir que o Mathias tem outra mulher e ele acaba fugindo, deixando o país. Eu sei que ele volta e terá de pagar pelos seus atos, mas não sei se terá uma redenção. Gosto dessa possibilidade de fazer um vilão que se passa por mocinho. Minha atuação deixa brechas para o personagem revelar mais informações no futuro.

  “Família é Tudo” – Globo – de segunda a sábado, às 19h20.

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