G1 - Globoesporte
O Brasil venceu a Colômbia por 1 a 0 na noite desta quarta-feira e manteve 100% de aproveitamento sob o comando de Tite. Mas, para o técnico, o resultado no Engenhão ficou em segundo plano. Após a partida, o treinador exaltou a importância do amistoso como homenagem à Chapecoense e às vítimas da tragédia em novembro do ano passado, quando o avião do clube catarinense caiu a caminho de Medellín para a disputa da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.
– O parabéns é ao ato de grandeza, o resultado é o que menos interessa. Eu, enquanto ser humano, não gostaria que uma equipe vencesse. A gratidão se estende ao povo colombiano, ao povo brasileiro, à Chapecoense, aos clubes, à saúde dos atletas que tentamos não prejudicar. O que menos me interessa, palavra de honra, é o resultado. É a lealdade da partida que teve uma dimensão muito mais humana do que competitiva – disse o brasileiro, que teve a companhia de José Pekerman, técnico argentino que comanda a Colômbia, na entrevista coletiva.
Porém, aqueles jogadores que tiveram a primeira oportunidade ou que raramente vestem a camisa da Seleção, já que "estrangeiros" sempre predominam nas listas, podem ficar tranquilos. Apesar do caráter humano do jogo, eles serão avaliados por Tite, que teceu elogios a vários deles, individualmente, e admitiu ter um leque maior para as próximas convocações.
– O grupo não está fechado. Sei que o momento de cada atleta é importante e não vou deixar de acompanhar, esteja na China, na Europa ou no Brasil. Eles me deram informações importantes sim. A primeira oportunidade é sempre diferente, e colocaram dúvidas. Dúvidas boas.
Tite voltará a convocar a Seleção, sem restrições, no início de março para os jogos dos dias 23 e 28 desse mês, contra Uruguai e Paraguai, pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
SOBRE OS JOGADORES
– Tenho absoluta certeza que posso contar com um jogador que nem entrou em campo, o Henrique. Mostrou no treino domínio absoluto de posição-função, uma qualidade extraordinária. Alguns jogadores estavam abaixo fisicamente, outros, que chamo de cavalinhos, se cuidaram, e sobraram na condição física. Casos do Walace e do Rodrigo Caio, com resposta física associada à técnica. Eles pensam e o corpo responde ao pensamento deles. O Jorge é um jogador agressivo, mas ainda muito jovem, quando tiver mais posicionamento em linha de quatro vai dar uma sustentação grande. Poder contar com Diego e Robinho com o olho brilhando o fascínio pela coisa. A experiência do Fábio Santos. O Weverton seguro. O Diego Souza para ter retenção na frente, faz o pivô com muita qualidade e sustentação física. O Scarpa flutua muito pelo lado direito e gera superioridade no meio. É preciso saber o momento certo disso. O Dudu agressivo. O Camilo um jogador de lado, que às vezes atua mais como meia central e tem a finalização de média distância. Geromel bem. Fagner consistente. Eu queria ter dado uma oportunidade ao Marcos Rocha, que há dois anos faz um grande trabalho, mas não dava.
ANÁLISES
– Claro que existe o lado profissional e serve de análise. Não podemos eximir os atletas de estarem nas seleções num jogo dessa grandeza, e de quererem mostrar a mim e ao Pekerman que podem continuar. Não podemos tirar essa ambição profissional. É claro que análises serão feitas e o desempenho conta. Mais o individual e menos o coletivo, talvez a coordenação de movimentos fique mais difícil, mas seguramente conta como possibilidade de convocação.