Assessoria
Aproximadamente R$ 6 milhões em cheques, promissórias e valores em espécie foram apreendidos pela Polícia Civil durante os cumprimentos de 14 mandados de busca e apreensão na Operação Xeque-Mate, deflagrada na última sexta-feira (4) contra um grupo investigado por receptação qualificada, lavagem de capitais e associação criminosa.
As buscas resultaram também na apreensão de armas de fogo, inclusive um fuzil de calibre 556; anabolizantes, receituários e carimbos em nomes de profissionais de Medicina. Os aparelhos celulares dos investigados passarão por extração e análise de dados.
Sete investigados, inclusive o líder da quadrilha, foram presos, e outros três foragidos são procurados pela Polícia Civil. As prisões preventivas foram decretadas pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Sorriso, com base na investigação conduzida pela Delegacia de Sorriso.
Além dos 24 mandados de buscas e de prisões, a operação incluiu ainda o afastamento de sigilo telemático e sequestro de bens dos envolvidos. A investigação apurou que no período de pouco mais de três anos, a quadrilha movimentou quantias equivalentes a R$ 70 milhões para diluir produtos originados de ações de roubo e furto de defensivos agrícolas.
O trabalho investigativo realizado pela equipe da Delegacia de Sorriso identificou o modo de atuação da quadrilha armada que agia em diversas frentes criminosas.
Enquanto quatro integrantes atuavam na receptação de defensivos agrícolas e cargas de soja, outra parte da quadrilha era responsável pela lavagem de capitais, incluindo a venda e revenda de automóveis.
Um dos integrantes do esquema trabalha como professor de ensino básico e na declaração dele à Receita Federal, o rendimento bruto do profissional informado foi de R$ 10 mil mensais
Contudo, em nome do professor, a investigação constatou que, no período de 38 meses ele, foram creditados em suas contas bancárias quase R$ 7 milhões. Ou seja, o rendimento mensal real dele seria de, aproximadamente, R$ 175 mil, o que foi comprovado que era oriundo de diversas fontes ilícitas, sendo uma delas o comércio ilegal de defensivos agrícolas roubados.
Uma revenda de veículos em Sorriso era a principal fonte de lavagem de capitais da quadrilha, com a compra e venda de automóveis de luxo. Apesar dos veículos serem registrados em nome de terceiros, o líder da quadrilha mantinha a posse até que fossem revendidos pela empresa em Sorriso.
A investigação demonstrou ainda que as transações financeiras da revenda de veículos demonstraram uma desproporção entre o valor faturado pela empresa e o valor movimentado em suas contas, que chegou a R$ 55,767 milhões.
Outras movimentações milionárias
Um dos investigados trabalhava em uma farmácia e tinha como rendimento mensal declarado o salário de R$ 2.400. Porém, ele movimentou em suas contas bancárias a quantia de R$ 1,446 milhão e reside em um imóvel no valor de 500 mil reais.
Outra atividade utilizada pelo grupo criminoso para diluir o dinheiro angariado com as atividades ilícitas era a compra e venda de joias. O pequeno volume e alto valor de joias, relógios e diamantes tornou atrativa a atividade para esquentar os ativos da quadrilha.
Um dos integrantes fazia, periodicamente, a oferta de joias para venda, especificamente para traficantes.