José Vieira do Nascimento
Enfim, o tão esperado Censo Demográfico iniciou em todo o país, com atraso de 2 anos. Primeiro por questões da pandemia da covid-19. Depois, por cortes no orçamento do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], que não teve recursos suficientes para fazer a operação em 2021.
Para as cidades da região norte, que estão em franco crescimento, o Censo 2022 é imprescindível, cujo resultado será determinante para manter o ritmo e atrair ainda mais investimentos, caso o resultado seja dentro das expectativas. Ou um balde de água fria, se o número de habitantes não for conforme se espera.
Para Alta Floresta, a cidade que mais cresce atualmente em Mato Grosso, o Censo representará um enorme avanço caso o município passe a ter, oficialmente, no mínimo 80 mil moradores.
Este número seria relevante para atrair a atenção de investidores que focam em cenários multitudinários. Viabiliza o setor de serviços e será atrativo para que olhares de grandes companhias se voltem para Alta Floresta.
E, com certeza, a consolidaria como a grande metrópole da região.
Mas se por ventura, mais uma vez, o município figurar com um número abaixo do expectante, será um lastimável retrocesso e inibirá crucialmente esta fase de crescimento. Porque, o que vale mesmo é o resultado oficial da população. Podemos ter até mais de 100 mil habitantes, mas se não for a estatística registrada pelo IBGE, de pouco valerá.
O que vale mesmo é o resultado oficial da população. Podemos ter 100 mil moradores, mas se não for estatísca oficial do IBGE, pouco valerá
O Censo, para a gestão pública, é o que determina os percentuais de recursos que a prefeitura receberá para os investimentos na Saúde e Educação, por exemplo. Desta forma, o resultado também impactará no atendimento na Atenção Básica e na qualidade do Ensino. Com mais recursos, o município poderá investir mais nas pessoas, no futuro de nossas crianças e jovens.
Portanto, cabe as autoridades municipais se despertar para a importância do Censo. Mais do que isto: é uma responsabilidade inerente aos interesses da cidade. E cada cidadão tem o direito de cobrar destes representantes, qual a importância que está se dando ao Censo.
De outra via, o IBGE, como sabemos, está com orçamento enxuto para realizar o censo. Entretanto, cabe a gestão municipal [principal interessada, ou pelo menos deveria ser] em se colocar à disposição do IBGE, para dar suporte no trabalho dos recenseadores, estabelecer parcerias para a realização do trabalho.
Há residências longínquas, locais de difícil acesso. Mas se houver empenho, parceria e acompanhamento do poder público, facilitará para que esses cidadãos não fiquem sem serem recenseados.
Alta Floresta, no meandro da gestão pública, tem sido prejudicada na última década, por uma miríade de fatores que passam pela obtusidade, a outros adjetivos que não coadunam com a boa governança.
Gestores medíocres, sem branding, de horizontes atrofiados, tem sido o obstáculo para esta fase de enorme prosperidade não ser aproveitada para consolidar a cidade, tanto em termos de estrutura urbana, como na sua condição de polo.
Mas espera-se, pelo menos, que não haja inação com relação ao Censo, por sua relevância para o futuro do município.
Depois que sair o resultado oficial, confirmando Alta Floresta com uma população de 100 mil habitantes, teremos motivos para uma grande comemoração popular. Será um marco histórico, início de uma nova fase de prosperidade...
Mas do contrário, não vai adiantar chorar sobre o leite derramado.
José Vieira do Nascimento: Jornalista, pós graduado em Comunicação, editor do jornal Mato Grosso do Norte,
email:[email protected]
Humberto Carlos Campos 10/08/2022
Parabens José Vieira pela matéria é de extrema relevância p/ a região principalmente a Alta Floresta, espero que vcs da imprensa continuem acompanhando o desenvolvimento do trabalho do IBGE e nos informa através dos meios de comunicação falada e escrita
1 comentários