Antônio Wagner Oliveira
O dia em comemoração de qualquer coisa serve para lembrar da importância dessa coisa, pessoa ou evento histórico. O dia 28 de outubro comemora-se o dia do servidor público. Esse coletivo de pessoas cujo trabalho é servir o povo em suas demandas mais primárias.
Nunca o simbolismo dessa data foi tão necessário para fazer uma reflexão sobre o estado brasileiro, na sua mais ampla abrangência. Sem senso comum, sem discurso raso ou narrativas odiosas e mentirosas contra essa classe.
Alguns mitos precisam ser desfeitos.
Não há mais servidores no Brasil que nos países de Primeiro mundo, existem estudos da OCDE que comprovam esse fato. Servidores no Brasil a grande maioria não são marajás. No poder executivo de Mato Grosso, mais de 87% dos servidores recebem até R$ 5 (cindo) mil reais de salário apenas. Servidor do executivo não tem telefone pago pelo estado, nem carro com motorista, muito menos plano de saúde para si e seus parentes, isso é coisa de Deputados e Senadores.
Não se pode comparar a média remuneratória do servidor com a iniciativa privada sem comparar o nível de escolaridade e a complexidade das funções de ambos. A aposentadoria do servidor de nível superior que pagou 14% sobre o total da sua remuneração a vida toda, seja qual for ela, não pode ser comparada com a de um trabalhador privado de nível médio cujo teto para desconto de previdência é no máximo R$ 6 mil reais.
São essas e outras narrativas usadas sistematicamente por algumas autoridades que nos dói tanto quanto perder direitos. São abalos psicológicos que ferem a alma do servidor, que passou a ter vergonha de dizer sua profissão: servir a população!
E é usando essas meias verdades que os atuais governos estadual e federal aproveitam do ranço que geram na população contra o serviço público, para atacar seus direitos mais fundamentais, como não ver seu salário reduzido à metade do poder de compra de outrora.