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Política Quarta-feira, 12 de Maio de 2021, 00:00 - A | A

12 de Maio de 2021, 00h:00 - A | A

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Alunos e professores protestam contra extinção da Escola Vitória Furlani



Edemar Luiz Savariz
 Mato Grosso do Norte

Alunos e professores do Colégio Estadual Vitória Furlani da Riva promoveram uma manifestação na Câmara Municipal de Alta Floresta, durante a sessão desta terça-feira, 11, contra a possível extinção desta unidade de ensino, para dar lugar a Escola Estadual Militar de Alta Floresta, Dom Pedro II.
O objetivo é chamar a atenção das autoridades, sobretudo da prefeitura municipal, para encontrar outra solução, para a Escola Militar, sem precisar extinguir a Escola Furlani. 
Esta é a terceira vez que a Escola Militar tem seu nome envolvido em polêmica, pela tentativa de ser transferida para Escolas que estão em funcionamento. A primeira vez, quando estava em fase de implantação, foi cogitado que a mesma seria instalada na Escola Municipal Vicente Francisco. 

Na segunda, no início deste ano, o ex-prefeito Asiel Bezerra tentou levá-la para a nova Escola Jardim das Flores. E agora haverá uma audiência pública no final deste mês, para discutir a desativação da Escola Furlani, para a Escola Militar ir para o prédio onde a mesma funciona, no centro de Alta Floresta.
A proposta, mais uma vez, deixou diretores, professores e alunos da Escola Furlani da Riva, revoltados. A escola abriga na atualidade, mais de 800 alunos em três turnos de funcionamento: de manhã, tarde e noite. A maioria dos alunos é no turno da noite, que são alunos da Escola Eja [Escola de Educação de Jovens e Adultos].
Cristiano Oliveira, coordenador e presidente do Conselho da Escola, afirma em entrevista ao jornal Mato Grosso do Norte, que no dia 18 de março, a secretária Adjunta da Seduc, comunicou que a escola Furlani passaria por um processo de transformação, de Escola Regular, para Escola Militar.
“A partir de então, temos conversado com os estudantes e a maioria dos alunos é contrária esta militarização. E sobretudo estudantes da Eja que não serão abrigados em uma futura escola militar”, disse Cristiano.
Conforme ele, a audiência está marcada para o final de maio. “Estamos contestando a legalidade desta audiência pública, de um órgão imparcial, que é a Coordenadoria das Escolas Militares, que elaborou um documento para o chamamento da audiência. A escola Furlani, que completa 44 anos de funcionamento, atualmente com mais de 800 alunos, não poder ser extinta desta forma”, assevera.
Para ele, a prefeitura e a classe política local devem entrar em entendimento com o governo estadual, para viabilizar a construção de um prédio para a escola Dom Pedro II, dentro do padrão que o Corpo de Bombeiros [que dirige a Escola] exige. E que não haja a desocupação de outra escola. 
A professora Luciele da Silva Rênica é contra a militarização do Furlani e enfatiza que caso isto venha se concretizar, a Eja será novamente invisível para o poder público. “A Seduc está articulando para militarizar a Escola Furlani. Estamos em defesa Escola Militar, para que ela tenha seu prédio, mas não as custa do fechamento de uma escola. Não queremos que o Furlani, com 44 anos, que muito já fez para a sociedade, perca toda a sua liberdade atual, com respeito a todas as manifestações culturais. Na escola Militar, o público é seletivo em relação a outras escolas de cunho civil”, observa.
O professor e ex-diretor da Escola Furlini, Dagmar Costa, considera a situação como uma “invasão e tomada do patrimônio da Escola Furlani” para a escola militar tse apossar do seu espólio. “Na verdade, é um contrassenso muito grande. A escola Militar deve ter seu espaço, mas as autoridades devem fornecer este espaço. Não somos contra a escola Militar. Somos contra a desocupação da escola Furlani”, pontua.
 Para Dagmar, é uma falácia dizer que a escola Militar irá assumir todos os alunos da escola Furlini. “Temos o Eja, crianças com problemas em sala de recursos e esse público a escola Militar não atende. Outra questão é a qualidade. Foi cedida para a Escolar Militar a antiga escola Jardim das Flores, mas para o padrão deles o prédio não serve”, observa.

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