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Política Terça-feira, 17 de Maio de 2022, 08:07 - A | A

17 de Maio de 2022, 08h:07 - A | A

Política / SÉRIE (XXVIII)

Bolsonaro inspira pré-candidatura de pioneiro em Alta Floresta

Ao vencer a eleição presidencial em 2018 Jair Bolsonaro despertou interesse de policiais pela disputa eleitoral e Luciano Silva decidiu seguir o caminho político



Blog do Eduardo Gomes

EDUARDO GOMES
@ andradeeduardogomes

 

Um mundo muito diferente daquele em Palotina, no Paraná, onde nasceu em 19 de setembro de 1973. Sua nova cidade era pequena no distante ano de 1984 quando sua gente celebrava o pioneirismo do colonizador Ariosto da Riva, que lançou suas bases urbanas na quarta-feira, 19 de maio de 1976 sobre o levantamento do topógrafo Severo Gomes. Pequena, sim, mas densamente habitada por 32 mil sonhadores oriundos de todos os rincões do Brasil. As ruas abarrotadas num vaivém sem fim. Lojas repletas de produtos avançavam sobre as largas calçadas improvisando bancas. O tráfego aéreo de monomotores e bimotores era intenso.

comandante Fiúza (Dempty Bandeira Fiúza) e os gêmeos Wilson Clever Lima e William José Lima conhecidos por Irmãos Metralha dominavam os ares ao manche de  seus aviões Num só dia o garimpo transformava garimpeiros blefados em abastados esbanjadores que levavam ao delírio o mulherio no Saramandaia. Na Pista do Cabeça, seu proprietário Eliézio Lopes de Carvalho – o Cabeça – promovia shows com Walter BassoAmado Batista e outros grandes nomes da música nacional, e também com musas do rebolado a exemplo de Gretchen; a festa avançava noite a dentro e os astros presenciavam novos ricos lavando o chão com cerveja Brahma. Aquele era um mundo louco com tudo cotado pelo grama do ouro, onde o pastor Agenor José dos Santos abençoava a todos em nome de Deus, o professor Benjamin Paula tentava arrebanhar alunos ao aprendizado do bê-á-bá e o médico Mário Nishikawa lutava pela vida de baleados, vítimas da malária e dos acidentados na derrubada da mata. Assim era Alta Floresta quando aos 11 anos Darli Luciano da Silva ali desembarcou e de onde nunca mais saiu.

Alta Floresta viveu o ciclo do ouro, que ao escafeder-se levou consigo milhares de garimpeiros e a cadeia econômica que movimentava a cidade. Houve redução populacional, mas aos poucos as marcas do esvaziamento urbano cicatrizaram-se. O comércio ganhou nova dimensão. No campo a diversificação econômica criou fortes elos econômicos, sempre observando cuidados ambientais. Os pioneiros e moradores considerados mais antigos ganharam novos vizinhos.

Luciano Silva – é assim que o conhecem – presenciou o vaivém e as transformações sociais. Nada na cidade é estranho para ele, nem mesmo a escolha do nome do lugar, por meio de um concurso no rádio com cupons do Diário de Cuiabá e vencido pela professora Nelza Luci Asvolinski Faria, que levando em conta a vegetação amazônica da região sugeriu Alta Floresta.

Aos 20 anos Luciano Silva deixou de ser mero espectador e passou a narrar os fatos em reportagens no rádio, televisão e jornal. Durante 17 anos foi uma das vozes mais combativas do jornalismo alta-florestense.

Trabalhando e estudando, e estudando e trabalhando, em 2006 Luciano Silva formou-se em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado (Unemat), e em 2012 recebeu o canudo de bacharel em Direito na turma pioneira da Faculdade de Direito de Alta Floresta.

Em 2011, pouco antes da formatura em Direito Luciano Silva foi aprovado em concurso para investigador de polícia. Na Polícia Civil sempre foi considerado policial atuante.

 

Conhecedor das demandas de Alta Floresta desde seus primórdios Luciano Silva espera disputar a eleição com a certeza que o município terá um nome bem identificado com suas origens

Ao vencer a eleição presidencial em 2018 Jair Bolsonaro despertou interesse de policiais pela disputa eleitoral e Luciano Silva decidiu seguir o caminho político, tanto assim, que dois anos depois candidatou-se a vereador pelo Podemos recebendo 696 votos – terceira maior votação ao cargo naquele pleito em Alta Floresta. Na Câmara adota postura de independência em relação ao prefeito Chico Gamba. Ao longo do mandato fez graves denúncias ao Ministério Público e conseguiu a aprovação da lei que criou a Semana Municipal de Prevenção, Conscientização e Controle a Automutilação.

A veia política fala mais alto em Luciano Silva e ele está em cena enquanto pré-candidato a deputado estadual pelo Podemos. Nos palanques defenderá a reeleição de Bolsonaro. Quanto ao governo observa que até o momento o único nome cogitado é o governador Mauro Mendes (União) e que deverá apoia-lo na campanha, mas que na Assembleia ficará sempre ao lado da razão. “Fui chamado de oposição na Câmara e tive muitas iniciativas barradas por isso”, pondera.

Podemos liberou seus pré-candidatos para apoiarem os nomes que bem entenderem. Quanto ao Senado Luciano Silva está avaliando, e o mesmo faz em relação a deputado federal, mas antecipa que buscará dobradinha com políticos que tenham posicionamento político que se identificam com os seus.

Conhecedor das demandas de Alta Floresta desde seus primórdios Luciano Silva espera disputar a eleição com a certeza que o município terá um nome bem identificado com suas origens. Além da ligação com sua cidade o pré-candidato também tem fortes vínculos com Carlinda, Nova Canaã do Norte, Novo Mundo, Nova Guarita, Paranaíta, Apiacás, Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes, que são municípios do polo regional de Alta Floresta.

 

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