Reportagem
Mato Grosso do Norte
Apesar de estar em situação bastante delicada, após ter o mandato cassado pelo Pleno do TRE, a senadora Selma Arruda (PSL) afirma que está tranquila e que irá recorrer junto ao TSE e tentar reverter a decisão.
Ela é acusado de abuso de poder econômico na campanha eleitoral de 2018, abuso de poder econômico e caixa 2. “Respeito a Justiça e, exatamente por esse motivo, vou recorrer às instâncias superiores, para provar a minha boa fé e garantir que os 678.542 votos que recebi da população mato-grossense sejam respeitados”, disse.
A juíza aposentada também é acusada de empréstimo de mais de R$ 1 milhão que teria feito com o primeiro suplente, Gilberto Possamai (PSL).
O advogado Narciso Fernandes Barbosa, que defende a senadora Selma, diz que ela não cometeu nenhuma irregularidade.
“Eu continuo defendendo a mesma tese: não houve abuso do poder econômico, tendo em vista que gastos antes do período eleitoral não são gastos de campanha" , disse o advogado.
A defesa explica ainda que a cassação do cargo - se for confirmada - só vai ocorrer após a ação transitar em julgado no TSE. Com isso, Selma Arruda segue como senadora da República.
“A lei eleitoral estipula que nesses casos de cassação tem que ser após a decisão do TSE. Aqui ainda cabe o embargo de declaração, que ainda vai ser avaliado”, disse, afirmando que vai esperar a publicação dos votos para analisar a possibilidade do embargo.
O advogado também descarta a existência de caixa 2. “Não há nenhum documento, nenhum ato que tenha sido feito de maneira oculta. A pessoa que quer fazer caixa 2 não passa cheque. A pessoa que faz caixa 2 faz tudo de maneira oculta, e ela não, ela fez tudo certo”, completou o advogado.
Segundo denúncia, a senadora teria feito publicidade e contraído despesas tipicamente eleitoral no valor de R$ 1,8 milhão, quitadas com “recursos de origem clandestina”, que não transitaram regularmente pela conta bancária oficial.