Reportagem
Mato Grosso do Norte
O secretário de Obras da prefeitura de Alta Floresta, Elói Luiz de Almeida, afirmou em entrevista a Mato Grosso do Norte, nesta quinta-feira, 19, que o atraso na licitação para a compra de material para a secretaria, inicialmente no valor de R$ 10 milhões, causou atraso de dois meses no cronograma de trabalho da pasta.
O atraso se deu, segundo ele, porque a Câmara Municipal contestou o valor da licitação, pois o considerou muito alto, encaminhando assim a licitação para o Ministério Público. E somente agora no dia 24 de julho vai ser realizada a licitação.
“Fiz um orçamento de R$ 10 milhões e 600 mil, porque meu orçamento anual é de R$ 17 milhões e tenho a obrigação de licitá-lo para poder comprar. Planejei o orçamento para tocar a secretaria de maio a outubro, 150 dias de trabalho. Sem licitação não posso comprar material. Mas acharam que era muito. Eu posso e devo licitar até R$ 17 milhões, mas isto não quer dizer que vou comprar. É apenas o registro de preço, compro de acordo com a necessidade”, explica Elói.
“Por que tenho que licitar o valor de meu orçamento? Porque se fizer uma licitação de R$ 2 milhões, eu vou ficar toda hora na prefeitura de pires na mão e não terá como comprar material porque não tem licitação. E licitar é demorado. A prefeitura tem que atender a todos secretários e a demanda é grande. Por isso, cada secretário deve planejar e licitar a quantidade que ele precisa para trabalhar, para não ficar perturbando toda hora”, observa.
Como a Câmara enviou o orçamento para o Ministério Público, o secretário disse que teve que reduzir o valor para R$ 7 milhões e 600 mil. Para o secretário, os vereadores deveriam ter falado com ele antes de mandar a licitação para o Ministério Público, para entender a situação e evitar o atraso de 60 dias que está havendo na programação da secretaria.
O secretário argumenta que a Infraestrutura é uma secretaria onde se executa os serviços. E não dá para trabalhar sem material. “Questionaram porque tinha mil tubos na licitação. Uma galeria de água pluviais é feita com tubo. Se eu pegar três ruas do Boa Nova para fazer, já vai 900 tubos, cada metro é um tubo. Você fala mil tubos e uma pessoa que não tem noção acha um absurdo. Se cair uma ponte, preciso de licitação para comprar prego, madeira, barra de rosqueado, para fazer”, argumenta.
Elói diz que tem um bom diálogo com os vereadores, incluindo a oposição, mas como são poderes independentes, deveria haver entre eles mais comunicação, para evitar esse tipo de constrangimento, que, segundo ele, gera descontentamento e atraso nos trabalhos.
“Eu já perdi junho e vou perder o mês de julho. A licitação será no dia 24, mas até ser publicada no diário oficial e homologar, vai ser agosto e perdi, em atraso, 60 dias no cronograma de obras”. Afirma.
“Não reclamo da Câmara. Tenho apoio dos vereadores, mas as aduelas, por exemplo, para a construção da ponte de acesso à Cidade Bela, poderiam já estarem prontas. São 51 peças que devo comprar após ser homologada a licitação. Em outubro iniciaremos a obra e vamos fazer este ano”, assegura.
Estradas- O secretário afirmou que toda a malha viária do município será recuperada, bem como as pontes e bueiros. “Estamos na MT 010 e já fizemos a 5º, 4º e 3º Oeste, a estrada do Bomfim, 1º e 2º Norte e estamos com duas equipes para fazer todas as estradas e um serviço completo, com patrolamento e encascalhamento dos morros e fazer pontes e bueiros”.
Financiamento- Elói Almeida disse que teve uma reunião com o prefeito Asiel Bezerra na secretaria de Obras na manhã desta quinta-feira, e o prefeito lhe assegurou que vai continuar tentando viabilizar o financiamento junto ao Banco do Brasil para comprar maquinários novos para a secretaria de Obras.
“Nossa meta é comprar três patrolas, 5 caminhões, uma PC, uma retroescavadeira, um caminhão prancha, um caminhão espargidor de asfalto, um distribuidor de agregado e uma caminhonete para manutenção. Caso não saia o financiamento, vamos tentar comprar, pelos três caminhões com recursos próprios”.
Caminhões pipa- O secretário afirmou que tem três caminhões pipa trabalhando e mais dois que estão sendo montados na secretaria. Com isto, serão 5 caminhões próprios trabalhando na molhagem das ruas.
“Quando a prefeita interina assumiu a prefeitura, ela optou por recuperar os caminhões da frota da prefeitura. Para contratar os caminhões particulares, a prefeitura iria gastar R$ 800 mil. E está gastando R$ 400 mil na recuperação dos caminhões próprios. A economia é de R$ 400 mil”, disse.