Reportagem
Mato Grosso do Norte
No Brasil, embora tenham ocorrido progressos significativos, dados recentes evidenciam que ainda há um longo caminho a percorrer para as mulheres.
Nessa semana em que se comemora o dia internacional das mulheres, 8 de março, mais do que ganhar flores, bombons ou um jantar especial, devemos potencializar a força da mulher e sua capacidade ímpar em conseguir ser multitarefas [mãe, filha, esposa, executiva, trabalhadora] e ainda assim, possuir uma fragilidade e delicadeza que exalam sensualidade.
Apesar dos progressos, as mulheres brasileiras ainda enfrentam desafios consideráveis, como a violência de gênero e a sub-representação política.
De acordo com o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher de 2024, as mulheres representam 51,8% da população brasileira. Entretanto, enfrentam desigualdades em diversas áreas. Por exemplo, a taxa de feminicídios cresceu 0,8% entre 2022 e 2023, totalizando 1.467 casos, o maior número desde a promulgação da Lei do Feminicídio há uma década.
Em 2024, ao menos 1.387 mulheres foram assassinadas por razões relacionadas ao gênero, uma média de 4 feminicídios por dia. Em Mato Grosso, 47 mulheres foram mortas.
Uma pesquisa do DataSenado revelou que aproximadamente metade das mulheres acreditam que não são tratadas com respeito no país. A professora Maísa Colombo, mestra, psicóloga e docente de psicologia da faculdade Estácio, enfatiza que o dia vai além de uma celebração.
“Os dados servem como um lembrete da luta contínua das mulheres por direitos iguais e da necessidade de apoio psicológico para enfrentar as adversidades impostas pela sociedade”, destaca.
A psicóloga destaca que a desigualdade de gênero pode levar a sérios impactos na saúde mental das mulheres, incluindo ansiedade e depressão.
“É fundamental promover espaços de escuta e acolhimento, onde as mulheres possam partilhar as suas experiências e encontrar suporte emocional. Além disso, o desenvolvimento de políticas públicas para esse suporte para mulher”, acrescenta.
Políticas Públicas - No Brasil, existem algumas iniciativas que têm contribuído para a promoção da igualdade de gênero. A criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres e a implementação do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, são marcos importantes na institucionalização de ações voltadas para a equidade.
Um avanço significativo foi a aprovação da Lei da Igualdade Salarial, de Número 14.611/2023, que busca equiparar a remuneração de homens e mulheres que exercem a mesma função.
Na segurança, apesar da violência crescente, há a lei Maria da Penha, que representa amparo para muitas mulheres alvo de violência.
O aprendizado sobre as conquistas de direitos da mulher, precisa ser transmitido, desde cedo, para as meninas, para que possam vir a se tornar mulheres, cada vez mais, empoderadas e conscientes de sua força e de seu papel.










