Fernanda Leite, repórter do GD
Líder do governo na Assembleia Legislativa, Dilma Dal’Bosco (DEM), negou que tenha terras oriundas da reforma agrária, situadas no município de Itanhangá (MT).
O deputado foi a Polícia Federal na manhã desta terça-feira (18) prestar depoimento sobre a Operação Theatrum que investiga um suposto esquema de corrupção envolvendo servidores públicos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), fazendeiros e políticos.
As investigações apontam que terras de um assentamento no município de Itanhangá, um dos maiores da América Latina, teriam sido vendidas para fazendeiros com ligações políticas.
A PF foi ao gabinete do deputado para apreender documentos e na residência do parlamentar para continuar as investigações.
Na sede da PF, Dilma Dal’Bosco, alega que a denúncia foi anônima e que ele já havia provado junto ao Incra que não possui terras oriundas da Reforma Agrária. Ele alega que por ser presidente da Frente Parlamentar de Regularização Fundiária da Assembleia Legislativa, uma pessoa tentou liga-lo ao esquema.
“Eu faço meu papel de parlamentar na Frente da Regularização Fundiária e algumas pessoas me chamam para resolver problemas. Agora uma pessoa anônima cita o nome da gente e ainda tenho que provar”, esclarece o democrata.
Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de condução coercitiva em Cuiabá, Sinop, Diamantino, Itanhangá, Ipiranga do Norte, Planaltina, Guaíra (PR) e Belo Horizonte (MG).
Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, onde tramita o inquérito, em virtude de três investigados possuírem foro por prerrogativa de função.
Conforme as investigações, cada lote no assentamento custariam em torno de R$ 2 milhões. O objeto de investigação seriam duas situações, sendo uma delas, “compra de fiscalização”, onde os fazendeiros compravam informações de funcionários do Incra para saber a data certa de quando os fiscais iriam fazer visitas in loco no assentamento para saber se os assentados continuavam donos das terras. E a segunda investigação é quanto a venda criminosa dos lotes.
A PF afirma que os fazendeiros usavam “laranjas” para se beneficiarem dos lotes da União, e depois vendiam, porém, continuavam mantendo seus nomes como ocupantes da área, para enganar a fiscalização do Incra.