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Política Quarta-feira, 10 de Agosto de 2022, 07:00 - A | A

10 de Agosto de 2022, 07h:00 - A | A

Política / Desistiu

"Eles não me representam", diz Natasha sobre Neri e Wellington

Natasha Slhessarenko (PSB) afirmou que recuou da disputa ao Senado para favorecer o projeto nacional do PSB



Assessoria

Após anunciar o recuo da disputa ao Senado, a médica e professora universitária Natasha Slhessarenko (PSB) confirmou que vai pedir votos para o governador Mauro Mendes (UB), candidato majoritário escolhido pelo PSB para compor aliança, e para a chapa presidencial Lula/ Alckmin, visto que o vice pertence à sigla.

Ao ser questionada, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (8), como se posicionaria para o Senado, Natasha foi enfática ao dizer que nenhum dos candidatos colocados a representam. Diante disso, não fará campanha para Wellington Fagundes (PL), que integra o grupo liderado por Mauro Mendes.  

“Para senador, não voto em nenhum, porque nenhum deles me representa”, disparou.   “Eu não sou mais candidata e isso me dói muito. Minha maior tristeza é dia 2 de outubro o eleitor ter que escolher entre os que estão aí. Queria estar lá para disputar, para ser um nome diferente, uma opção para a população”, completou.  

Natasha explicou que não declarou apoio à chapa Lula/Alckmin antes porque estava sentindo o comportamento da federação em Mato Grosso. “Eu precisava sentir um pouco daqui. Nunca consegui ter aproximação com a federação, apesar de ter tentado, ter conversado com várias pessoas do PT, do PV, na tentativa de estar próxima da federação, dentro da lógica de estar mais alinhada à nacional, mas isso nunca foi possível. É tão duro você enquanto candidata abraçar sem ser abraçada. Por que eu iria assumir se eu não seria a candidata dele?”, argumentou.    

A médica afirmou que esperava ter sido a escolhida para ser a majoritária da federação em Mato Grosso, levando em consideração a lógica, uma vez que nacionalmente o PSB caminha com a federação.  “Só que dentro da política a lógica não é uma premissa”, asseverou.   

Apesar de ter musculatura para disputar uma vaga proporcional, seja ela para a Assembleia Legislativa ou Câmara Federal, Natasha ponderou que seria desleal com todos os pré-candidatos e pré-candidatas com quem esteve no decorrer da pré-campanha. Por isso, decidiu não disputar qualquer cargo nas eleições deste ano.   

O presidente estadual do PSB, deputado Max Russi, acentuou que a candidatura de Natasha fortaleceria o partido, mas entende o posicionamento da médica.   

“É da minha essência. Eu tinha combinado com todas as pessoas na pré-campanha. Eu entrei na casa delas, falei com familiares, amigos. Seria desleal e antiético. Para mim não é demérito algum, daqui a dois anos posso sair vereadora, mas a questão é o compromisso. Tenho valores arraigados. Eu fui dentro da casa das pessoas, me apresentei. De repente vou retroceder e concorrer com aquela pessoa que estava ali”, explicou.   

Já para disputar a federal, Natasha teria que retirar a sua mãe da chapa, a ex-senadora Serys Slhessarenko, possibilidade fora de cogitação, uma vez que Serys atendeu a uma convocação do partido. 

Pedido de Alckmin

Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (8), a médica e professora universitária Natasha Slhessarenko (PSB) afirmou que recuou da disputa ao Senado para favorecer o projeto nacional do PSB. A médica recebeu um apelo do correligionário Geraldo Alckmin, que hoje está candidato a vice na chapa encabeçada por Lula na corrida à presidência da República, para aceitar a vaga de suplente na chapa do candidato ao Senado, Neri Geller (PP).

No entanto, para se manter coerente ao partido no estado, que durante os últimos quatro anos esteve na base do governador Mauro Mendes (UB), preferiu retirar o projeto.    Estiveram presentes na coletiva o presidente estadual do PSB, deputado Max Russi, a ex-senadora e candidata a deputada federal Serys Slhessarenko, representantes de coletivos femininos de Mato Grosso, a candidata a deputada estadual Maysa Leão (Republicanos), o irmão de Natasha, Leonardo Slhessarenko e a filha Maria Eduarda Slhessarenko Barreto, além de amigas de infância da médica. 

  “Nossa candidatura ficou com apenas 21 segundos de programa eleitoral no rádio e na TV; com estrutura de campanha muito limitada. Ainda assim, estávamos dispostos a manter nossa candidatura independente, pedindo votos para o Senado e para a chapa Lula-Alckmin, já que o candidato a vice-presidente, Dr. Geraldo Alckmin é do PSB e me deu muita atenção durante a nossa caminhada. No entanto, na sexta-feira recebi um apelo do nosso vice, Dr. Geraldo Alckmin, para que aceitasse a suplência do Neri, porque assim eu estaria ajudando no projeto nacional partidário. Diante de tudo isso, e entendendo que devo ser partidária, com grande frustração decidi recuar do projeto da Senatória. Comuniquei ao Dr. Geraldo Alckmin que não seria empecilho para as pretensões do projeto nacional do partido”, disse.   

Natasha lembra que muita gente defendeu que fosse feita a composição com a oposição depois que o governador Mauro Mendes escolheu ter no palanque apenas o candidato à reeleição Wellington Fagundes (PL). Além da suplência de Neri, foi oferecido o cargo de vice na chapa de Márcia Pinheiro (PV).   

“Entretanto, não aceitei estas ofertas porque não estou em busca do poder a qualquer preço. Defendo a política com ética, com decência, com honestidade, com princípios, com retidão e lealdade. É assim que quero fazer minha caminhada na política, como sempre caminhei na minha vida toda. A minha maior tristeza é não poder oferecer à população mato-grossense meu nome como alternativa de voto no dia 2 de outubro, o dia da grande festa da democracia. Mas não poderia, por coerência, me aliar à oposição tendo o PSB na base do governo estadual”. 

  Em que pese não esteja mais na disputa pelo Senado, Natasha não abre mão de participar do pleito, ainda mais depois de perceber a carência do cidadão mato-grossense em ter agentes políticos que verdadeiramente escutam e se preocupam com os anseios dele.    A médica fará campanha para as candidatas do PSB. “A partir de hoje entro de corpo e alma nas campanhas eleitorais das mulheres candidatas do PSB. Onde tiver uma mulher guerreira disputando a eleição estarei lá, nas reuniões, nos palanques, nas caminhadas de rua, onde for preciso”.  

Natasha ressaltou que retoma suas atividades como médica pediatra e patologista clínica e como professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).    A médica reforçou que a eleição deste ano é um marco para a defesa e o fortalecimento da democracia. “Como cidadãos e cidadãs temos que ficar atentos e vigilantes, pois não existe liberdade sem democracia”.   

A pessebista reiterou que não vai desistir do sonho de ser uma agente política e que nas próximas eleições municipais ou estaduais, colocará seu nome à disposição do partido para a disputa. 

  “Se for da vontade de todos, colocarei meu nome à disposição do partido para tentar, mais uma vez, consolidar nosso projeto, porque acredito que posso contribuir muito com Mato Grosso e com o Brasil - como médica, professora, empresária, mãe e mulher, mas principalmente por gostar e me importar com gente”.

AGRADECIMENTOS

1)       À população, as cidades por onde passei durante a minha caminhada na pré-campanha, e onde recebi enorme acolhida; às lideranças (prefeitos, vice prefeitos, vereadores, líderes das comunidades), presidentes do partido, pré-candidatos do PSB, médicos, alunos e amigos de todos os lugares. Agradeço de coração por todo o apoio e incentivo que recebi.

  2)              Agradecimento ao meu partido, aos presidentes Carlos Siqueira e Max Russi, que estiveram comigo o tempo todo, mesmo nos momentos mais difíceis. Nunca me faltaram com o apoio. Agradeço também aos poucos e bons que estiveram ao meu lado no dia a dia da minha caminhada.  

  3)              E quero agradecer especialmente aos jornalistas, radialistas e a todos os veículos de comunicação que acompanharam minha trajetória, que deram espaço às minhas falas. A Imprensa é o pulmão por onde respira a democracia e a Imprensa livre e democrática é essencial nestes tempos de polarização e de extremos.  

4)              Agradeço do fundo do meu coração à minha família, em especial ao meu irmão Leonardo. Meus pais, meus irmãos, minhas filhas, Roberto, minhas amigas e amigos de uma vida que desde o primeiro instante me apoiaram...    

OS MOTIVOS QUE ME LEVARAM A DEIXAR A DISPUTA ELEITORAL  

1)              Todos vocês sabem que o PSB sempre foi aliado de primeira hora do governo Mauro Mendes e Otaviano Pivetta; nossos parlamentares na Assembleia - Max Russi, Allan Kardec e Dr. Eugênio tiveram uma atuação importante para a gestão do Estado. O PSB sempre foi base do atual governo e, por isso mesmo, trabalhamos a possibilidade de manter essa caminhada juntos nessas eleições. assim sendo, buscamos construir a ideia do palanque aberto. Infelizmente o governador nos últimos momentos optou por ter um único Senador em seu palanque.   

2)              No plano nacional o PT impôs a candidatura ao Senado do deputado Neri Geller. Uma aliança completamente inesperada, já que Neri e o PP fazem parte da base bolsonarista. Aliás, Neri vinha defendendo a eleição de Bolsonaro até 15 dias antes das convenções, o que era natural já que o PP é a espinha dorsal do governo Bolsonaro e talvez o partido mais importante do chamado Centrão, o poderoso núcleo fisiológico que comanda o imoral orçamento secreto e a velha política do toma-lá-dacá.  

3)              Houve uma enorme pressão para que fizéssemos uma composição com Neri e a Federação. Nos ofereceram a vice governadoria da candidata oposicionista e a 1ª suplência de Geller. Muita gente defendeu esse caminho depois que o governador optou por ter outro candidato ao Senado em sua chapa.  Entretanto, não aceitei estas ofertas porque não estou em busca do poder a qualquer preço e me mantive coerente com meu propósito inicial de ser candidata ao Senado, seguindo os valores que sempre me nortearam em toda a minha trajetória.   Eu defendo a política com ética, com decência, com honestidade, com princípios, com retidão e lealdade. É assim que quero fazer minha caminhada na política, como sempre caminhei na minha vida toda. Valores estes que foram transmitidos de berço pelos meus amados pais.    

4)              Diante desses fatos nossa candidatura ficou com apenas 21 segundos de programa eleitoral no rádio e na TV; com estrutura de campanha muito limitada. Ainda assim, estávamos dispostos a manter nossa candidatura independente, pedindo votos para o Senado e para a chapa Lula-Alckmin, já que o candidato a vice-presidente, Dr Geraldo Alckmin é do PSB e me deu muita atenção durante a nossa caminhada. No entanto, na sexta-feira recebi um apelo do nosso vice, Dr Geraldo Alckmin, para que aceitasse a suplência do Neri, porque assim eu estaria ajudando no projeto nacional partidário.    

5)              Diante de tudo isso, e entendendo que devo ser partidária, com grande frustração decidi recuar do projeto da Senatória. Comuniquei ao Dr Geraldo Alckmin que não seria empecilho para as pretensões do projeto nacional do partido.   Quero deixar registrado que a minha maior tristeza é não poder oferecer à população mato-grossense meu nome como alternativa de voto no dia 2 de outubro, o dia da grande festa da democracia. Mas não poderia, por coerência, me aliar à oposição tendo o PSB na base do governo estadual.   

6)              Mas quero anunciar que não estou me afastando da política, nem da militância partidária. Nos últimos meses, pude conhecer mais da nossa gente e do nosso estado, conversar com as pessoas, olhar nos olhos e entender as dores e os sofrimentos dos nossos. E é disso que nosso povo precisa, sentem falta de gente que goste de gente.  A partir de hoje entro de corpo e alma nas campanhas eleitorais das mulheres candidatas do PSB. Onde tiver uma mulher guerreira disputando a eleição estarei lá, nas reuniões, nos palanques, nas caminhadas de rua, onde for preciso.  A partir de agora, continuarei cuidando de gente, como sempre fiz nos meus 32 anos de médica. Também continuarei trabalhando pela educação, o que já faço há mais de 20 anos como professora da medicina da UFMT, ajudando a formar médicos que cuidam de gente.   

Esta eleição é de extrema importância, um divisor de águas para o nosso Brasil. Como cidadãs e cidadãos temos que ficar atentos e vigilantes.  É imprescindível defender e fortalecer a democracia, pois não existe liberdade sem democracia.   Mas é necessário continuar a esperançar pelo nosso Mato Grosso e pelo nosso Brasil, por isto eu jamais desistirei do sonho de ser um agente político. Daqui a dois, quatro anos, se for da vontade de todos, colocarei meu nome à disposição do partido para tentar, mais uma vez, consolidar nosso projeto, porque acredito que posso contribuir muito com Mato Grosso e com o Brasil - como médica, professora, empresária, mãe e mulher, mas principalmente por gostar e me importar com gente.   

"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem!” Guimarães Rosa – Grande Sertão Veredas        

Foto/ Divulgação

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MUITO OBRIGADA     Natasha Slhessarenko   Cuiabá, 8 de agosto de 2022

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