Reportagem
Mato Grosso do Norte
Frank Rogieri de Souza, vice-presidente do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso e também presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base florestal, participou de reunião ordinária da FIEMT, [Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso], na sexta-feira, 31, com o objetivo de debater sobre uma Portaria do DNIT, que proíbe a circulação de Caminhões de grandes portes na BR 174.
De acordo com o documento do Departamento, fica proibido o tráfego de veículos com o peso bruto total combinado (PBTC) acima de 48,50 (quarenta e oito e meia) toneladas na rodovia BR-174/MT, entre os municípios de Castanheira, Juruena e Colniza.
Frank cobrou atitudedas autoridades presentes na reunião ordinária sobre a Portaria, que prejudica toda população que depende daquela rodovia. “Aqui existem várias autoridades, tanto técnicas como jurídicas para discutir a questão com o Dnit. Estou aqui falando em nome do CIPEM e do Foram Nacional do Setor de Base Florestal. Nós, do setor de base florestal, antes de existir estrada a gente chega no local”, disse.
E acrescentou que na região norte foram construídas usinas hidrelétricas no rio Teles e as turbinas e peças foram transportadas por caminhões acima de 9 eixos, que passaram pelas rodovias não pavimentadas.
Ele cobra a liberação imediata da rodovia para a economia da região não parar. Caso seja necessário, sugere que o exercito vá para a região, com maquinários, para dar assistência aos veículos de carga.
Para Frank, se for discutir questões técnicas com o Dnit, irão se passar os próximos 10 anos, sem se chegar a uma conclusão. “Mesmo que o governo comece as obras de pavimentação da BR 174, amanhã, as obras não terminarão em 2 anos. Vão arrebentar com a vida de todos que estão trabalhando em Colniza, Castanheira e Juruena, atrapalhando os investimentos”, observa Frank.
Portanto, ele defende uma decisão política para liberar o trafego na rodovia, para não deixar o cidadão sem condições de trabalhar. “Vai inviabilizar as empresas! Hoje um frete de Aripuanã para o Rio de Janeiro é R$ 500, 00 a tonelada para rodo trem. Se passar para 24 toneladas de carga, não vou achar para ir lá buscar. Nosso modal é puxar o máximo de peso dentro da lei com o menor consumo possível”, assevera.
O empresário reconhece o esforço do governo do Estado e da FIEMT. Porém, enfatiza que este problema tem que ser resolvido de forma urgente. “Hoje é sexta-feira. Temos que resolver isto a semana que vem. Temos que dar um horizonte para o madeireiro que está lá, para o comerciante e para o produtor de soja. Tem o frigorifico de Nova Monte Verde, já pronto para funcionar, esperando apenas a licença do Ministério da Agricultura para começar abater. Não podemos esperar a estrada ser pavimentada”, cobra.
Conforme Frank, a população do norte de Mato Grosso, há mais de 30 anos convive com estradas sem asfalto e com pontes que não são de concreto. “Sempre vivemos sem estradas que prestassem e sem pontes de concreto. Isto não é novidade para o governo e muito menos para o Denit e demais autoridades. O que tem que ser feito é assumir o problema e rodar como sempre fizemos. O povo da região Noroeste foi pra lá para trabalhar. Este é o meu apelo em nome de todos os setores produtivos!”, conclui.
A BR 174 abrange vários municípios importantes do Noroeste de Mato Grosso como Coloniza e Aripuanã, que tem suas economias baseada na pecuária e no extrativismo mineral, e que estão sendo diretamente afetadas com a edição desta portaria, para o escoamento de sua produção.
DNIT - Segundo assessoria do DNIT, a medida se faz necessária, especialmente no período de chuvas, época em que a região é suscetível a alagamentos e comprometimento da trafegabilidade na rodovia.
O controle será feito por meio de balança implantada no início do trecho que compreende esses três municípios, localizada no quilômetro 825 da BR-174/MT. Também será realizado controle de restrição de tráfego nos pontos que requerem maior atenção.