Fonte: Da Redação
Nova Band Hoje
O plenário da Câmara Municipal de Nova Bandeirantes contou com a presença de grande público para acompanhar os trabalhos do legislativo municipal.
Entre os temas da pauta na chamada Ordem do Dia, estava a Moção de Repúdio contra o Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, iniciativa essa, do vereador Júnior Sanches (PL).
Alexandre de Moraes tem sido alvo de muitas crítícas por boa parte da sociedade, visto por muitos de forma negativa pelo abuso de autoridade. O integrande do STF bloqueou contas de empresas do Agronegócio Matogrossense, sob alegação de apoiar atos antidemocráticos.
As manifestações questionam os resultados apresentados nas urnas, que apontaram a vitória de Luiz Inácioa Lula da Silva do PT.
Outras situações colocaram Alexandre de Moraes em polêmica como a prisão de políticos como o deputado federal Daniel Silveira (PTB), e o ex-deputado Roberto Jeferson, além de uma censura prévia a veículos de comunicação.
Votação em plenário
A Moção de Repúdio foi o 5º iten apresentado na pauta, sendo o momento mais esperado pelos presentes. O vereador Junior Sanches expressou a linha de argumentação, ao defender a Moção de Repúdio. O jovem parlamentar aproveitou o tempo na tribuna para ler na íntegra o texto na íntegra para justificar perante aos colegas de casa e ao público presente, as razões da iniciativa.
Usando um tempo médio de 14 minutos, ressaltou a separação entre os poderes e a hierarquia existente. Aproveitou para destacar também que, várias outras ações semelhantes foram apresentadas em outras casas legislativas de outros municípios, obtendo a devida aprovação em plenário.
Júnior citou ainda ao final, a indignação do povo brasileiro com o STF.
Outros vereadores usaram a tribuna para dar apoio a Moção entres eles: Valdir Pinheiro (PSDB), Fumaça (MDB), Paulo Neves (MDB), Edilson Silva (Patriotas) e Deni Kely (PSDB).
O presidente da casa João da Marcenaria, citou que a pauta estava sendo fechada na quarta-feira passada, quando foi apresentada a Moção de Repúdio. Ressaltou ainda que fez de alterar a sequência da pauta retirando um outro tema, e colocando o referido assunto em votação.
Brizola fez o uso da palavra na tribuna, fazendo ressalvas sobre a forma de como a Moção de Repúdio foi apresentada. Na visão do parlamentar, faltaram elementos técnicos, o que pode implicar em problemas jurídicos para a casa no futuro.
Ao final, a Moção de Repúdio foi levada à votação em plenário com o placar favorável de 7 votos a 2.
Votaram de forma contrária os vereadores Brizola e Lurdinha, ambos do PSB.
Presença de Público
Em um momento de tensão política que atravessa o país, algumas famílias bandeirantenses estiveram assistindo in loco, os trabalhos dos legiladores. Empresários, profissionais liberais, aposentados e até mesmo moradores da região do Assentamento.
O empresário Clóvis Kleidoro esteve presente na sessão e expressou o seu ponto de vista sobre a atual situação política do país, além de enaltecer a inciativa do vereador Junior Sanches.
"Eu acho louvável da parte do vereador Junior representar essa moção, porque todos aqui em Nova Bandeirantes estão indignados com o que aconteceu... e está acontecendo com as atitudes do Alexandre de Moraes. Ele (ministro), está passando por cima do Congresso Nacional. Então, acho que é muito válido essa Moção de Repúdio, pois está representando o que a gente vem sentindo". acrescentou.
O empresário também aproveitou para parabenizar a todos que estiveram presentes no plenário acompanhando a sessão. Lembrou também da falta de esperança com boa parte da classe política do Brasil.
"Olha... eu estou bem decepcionado com classe política do nosso país. Eu acho que na minha opinião... eles [se referindo aos deputados e senadores], estão se acorvadando. Estão com medo de enfrentar uma situação aí na frente... não estão representado as devidas pessoas que os elegeram", desabafou Clóvis.
Autor da Moção
Logo após o final da sessão o vereador Junior autor da Moção de Repúdio, em entrevista ao Nova Band Hoje, comentou sobre o placar da votação. Mesmo com dois votos contrários, obteve aprovação em plenário.
"Tivemos dois votos contrários a essa Moção... a vida segue e a gente respeita, porém tivemos êxito nesta votação. Acredito eu que não vê quem não quer, onde a gente vê as contas de empresas sendo bloqueadas, e o brasileiro sofrendo no dia a dia", detalhou o parlamentar.
Junior ressaltou que as votações que ocorrem no parlamento local acontecem sempre de forma democrática, sem nenhum tipo de briga ou desavença. Sobre as manifestações que estão acontecendo em boa parte do Brasil, o representante do legislativo bandeirantense destacou a cobertura por parte da mídia nacional.
"As vezes o que a mídia propaga... alguma ou outra situação que não é o que de fato está acontecendo no movimento. Estive participando sim... e os movimentos acontem de forma ordeira, onde famílias e crianças estão sempre presentes e nunca teve problemas em relalçao a isso[se referindo ao atos de vandalismos divulgado na mídia]", observou o vereador.
Indagado no tocante a questão jurídica e a falta de embasamento no conteúdo do texto, algo citado pelo colega de casa, o vereador Brizola durante a sessão, Junior Sanches afirmou ter se pautado na orientação do departamento jurídico da casa seguindo todos os protocolos.
"O que acontece... toda matéria é colocada na quarta-feiraa aqui na Câmara. Para quem quiser teor jurídico, teve o tempo hábil para procurar. Lá na frente dependendo do que vai acontecer... eu volto a dizer a Câmara de Vereadores que é a casa de leis... é a casa do povo, pois estamos aqui defendendo o interesse do povo. Faço questão de salientar que quando coloquei a matéria em votação eu procurei o jurídico da casa para me orientar", apontou.
Posicionamento Contrário
O colega de casa e comopanheiro em algumas votações, o vereador Brizola (PSB), desta vez foi na contra-mão em relação este assunto. Experinte na política bandeirantense, Brizola procurou ser mais comedido na hora do voto, porém enfatizou a falta de elementos técnicos no conteúdo da matéria apresentada em votação no plenário.
Na visão de Brizola, essa falta de conteúdo mais técnico poderá apresentar problemas futuros para o parlamento local.
"Quando você está na Câmara... você expressa a opinião de muitas pessoas [se referindo as opiniões dos parlamentares], e do pluralismo político. Então, eu estou colocando a casa em "Rota de Colisão", com o Supremo Tribunal Federal, neste caso é preciso ter cuidado", ponderou.
Brizola reiteirou ainda que pediu ao autor que retirasse a matéria de votação, para anexar elementos para servir de parâmetros em quais decisões do magistrado.
"A Câmara está repudiando o ministro[Alexandre de Moraies], e qual a ação dele? É uma ação que achou... não! Nós precisamos ter uma base legal... nós não estamos discutindo aqui eu achei que foi... ou que não foi. Quando levamos a plenário, nós levamos uma matéria consolidada e vai sair um ato de punição e que vai ser externado mundo afora, onde é preciso ter cuidado tecnicamente", arguiu.
O momento da política brasileira tem sido tenso nos últimos dias, havendo uma crise entre os poderes da qual Brizola não quis opinar.
"Não entrei no mérito político...e não vou entrar. Acho que as pessoas tem o direito de se manifestar sem problemas nenhum, mas nós aqui na casa precisamos ter cuidados jurídicos, pois pode nos trazer represálias amanhã", finalizou.
