José Vieira do Nascimento
Editor Mato Grosso do Norte
Um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido favorável aos municípios terem autonomia para definir as ações de prevenção a pandemia do Covid-19, o prefeito Asiel Bezerra assinou mais um decreto, nesta quinta-feira, 16, revogando o decreto que havia assinado na segunda-feira, 13, flexibilizando o funcionamento de atividades econômicas, como restaurantes, lanchonetes, padarias e feiras do ramo de alimentos, bem como atividades religiosas, como cultos e missas e academias de ginásticas.
Estas atividades haviam sido liberadas para funcionar, conforme as orientações de segurança e prevenção expostas no decreto, como disponibilizar álcool gel para os clientes e uso de máscaras.
Na revogação do decreto 069/2020, o prefeito Asiel Bezerra alega que está atendendo recomendação conjunto do Ministério Público Estadual, Ministério Público do Trabalho e Defensoria Pública. Com isto, as atividades voltam a ser proibidas. Bares, lanchonetes, padarias e restaurantes terão voltam a funcionar no sistema de delivery (entrega do produto) e para o cliente comprar e levar para consumir em casa.
No entanto, continua sendo obrigatório o uso de máscara para toda a população. O decreto também prevê multa de R$ 1.000,00 para o estabelecimento comercial que permitir a entrada em seu recinto de quem não esteja paramentado com máscara. E a pessoas física que estiver transitando sem máscara nos limites do território do município, poderá ser multada em R$ 500,00.
Também continua valendo a disponibilização de álcool gel e local para se lavar as mãos em todos os estabelecimentos comerciais e industriais do município. Vale observar que o uso de máscara também está determinado por decreto do governo estadual.
Academias - As academias da cidade, que haviam retornados com suas atividades, receberam com grande insatisfação o decreto da prefeitura desta segunda-feira. Para Henry Andrey Dezan, da Poly Sport, as academias estão sendo prejudicadas com a proibição de funcionamento.
“Pelo jeito as academias são os lugares onde esse vírus deve se reproduzir. No comércio, somos um dos únicos segmentos que temos que manter as portas fechadas. E as academias são lugares onde difundimos a qualidade de vida, a saúde, a melhora da imunidade das pessoas. E ainda assim, temos que ficar com as portas fechadas”, lamenta Henry.
Segundo ele, a partir de agora, as academias vão ter que começar a dispensar os funcionários, porque sem fluxo de caixa, as empresas não sabem como pagar as contas no final do mês.
“Mesmo com todas estas atitudes que o governo federal ainda está nos ofertando [benefícios], não há certeza de como vai ser. Vou usar, mas do jeito que está caminhando as coisas, ainda não chegamos ao pico do problema e já estamos fechados. E uma academia ficar 30 dias fechada, dificilmente conseguirá pagar as suas contas”, enfatiza.
Para ele, os gestores da crise da pandemia estão se esquecendo que as academias são locais que podem trabalhar com a profilaxia, com possibilidade de evitar que o vírus se alastre, porque se consegue ter o controle do número de pessoas, higienização e todos que forem treinar, terem os devidos cuidados de usar máscara.
“A academia é o lugar onde conseguimos estimular a melhora da imunidade, diminuindo a chance das pessoas contraírem os vírus. É uma incoerência as academias não poderem trabalhar, porque há vários lugares onde as regras de controle e prevenção não são obedecidas e estão funcionando”, disse.
“Nesses lugares com muito menos controle, não tem problema! Estão abertos! O que acontece que só as academias não podem funcionar?”, questiona.
Para Marcelo Passos, do Galpão do Esporte, as academias não deveriam estarem fechadas.
“Trabalhar, sim. Conscientizar, sim, responsabilidade, sim. Mas fechar, não!”, rechaça Marcelo.