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Política Domingo, 04 de Setembro de 2016, 00:00 - A | A

04 de Setembro de 2016, 00h:00 - A | A

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Sou de Alta Floresta. Minha Carteira de Identidade e meu CPF são daqui



José Vieira do Nascimento
Editor de Mato Grosso do Norte
 
O representante comercial, Eder Rodrigues Ribeiro, o Edinho Paiva, nasceu na cidade de Mirassol D’ Oeste (MT) em 1970, mas com 7 anos de idade mudou-se com a família para Alta Floresta. Seu pai, o ex-deputado estadual Osvaldo Paiva, era dono de uma loja de confecções na cidade e ele estudou na escola Estadual Vitória Furlani da Riva. Seu estado civil é solteiro e é pai de três filhas. 
Apesar de ter ficado ausente nos últimos anos, ele diz que nunca perdeu seu vínculo com Alta Floresta e se julga filho da terra. Em 2015 voltou a morar na cidade e este ano foi escolhido pelo PSC para disputar as eleições como candidato a prefeito. 

Confira a entrevista

O senhor chegou em Alta Floresta em 1977 e quanto anos viveu na cidade?
Morei em Alta Floresta de 1977 a 1991, quando me transferi para Cuiabá, após o término do mandato de meu pai. Mas nunca perdi meu vínculo com a cidade, sempre voltei aqui.  Em 2002 fui o coordenador, junto com o Neto Bicudo, da campanha do governador Blairo Maggi em Alta Floresta. Após este período, por questões de trabalho montei um escritório de representação comercial em Sinop e passei a atuar como representante comercial do ramo têxtil, e atendia os Estados de Mato Grosso, Pará e Tocantins.  Mas sempre vinha à Alta Floresta e atendia várias empresas. E também mantive relacionamentos de amizades. 


Durante estes anos, o seu título eleitoral era de Alta Floresta?
Eu voto em Alta Floresta há 28 anos. Em 2002, não me recordo se, por algum motivo, tive que transferir meu título, ele não aparece como sendo de Alta Floresta. Não me lembro realmente o que aconteceu. Mas esta situação só ocorreu em 2002.


O senhor não está usando Alta Floresta como plataforma política?
Não estou, não! Me considero um filho da terra e não me desvinculei daqui. Fui assessor de meu pai durante 10 anos. Ele teve apenas um mandato, mas depois teve participação nos governos e foi liderança partidária. Em 1994, disputou a eleição pelo PSC, mas não foi eleito. Em 2002 era presidente estadual do PRP, foi candidato com chances reais de se eleger, mas faltou o documento e o juiz indeferiu sua candidatura. Saí de Alta Floresta para cuidar de minha vida. Os mais recentes não me conhecem, mas os antigos me reconhecem e lembram de minha família. Fui aluno do colégio Furlani e tenho orgulho de ter desfilado com o uniforme da escola em datas comemorativas como 7 de setembro. Conheço a política local desde o primeiro prefeito. Minha família tem título de cidadão honorário de Alta Floresta, concedido pela Câmara Municipal, por indicação do então vereador Osvaldo Barulho, em 1993.


Para o senhor, o fato de seu paI ter sido deputado por Alta Floresta lhe credencia a ser candidato a prefeito?
Sim. Meu pai é uma referência política e foi o melhor deputado estadual que Alta Floresta já teve. O que mais trabalhou por esta cidade. Foi ele quem trouxe para Alta Floresta 4 motores de 2.500 KVAs cada, e que durante 10 anos, forneceu energia elétrica para a cidade, até quando chegou o linhão. O projeto que criou o Campus da Unemat em Alta Floresta é de sua autoria. Foi ele que trouxe a agência do Banco do Estado de Mato Grosso- BEMAT- e o asfalto entre Colider e Alta Floresta. Assim como as emancipações de Nova Monte Verde e Nova Bandeirantes. Também é autor do projeto do Hospital do Câncer de Mato Grosso. 


Se seu pai foi um bom deputado, a que o senhor atribui ele não ter conseguido um novo mandato?
Ele não se reelegeu porque não soube fazer o jogo político. Era do PMDB e não quis deixar o partido e ir para o PFL junto com a família campos. Trabalhou muito, mas não houve reconhecimento da população para com o trabalho que ele realizou. Meu pai defendia o pequeno, o garimpeiro e as pessoas mais pobres. Por isso, foi combatido pelas forças políticas de Alta Floresta na eleição de 1990, através do colonizador Ariosto da Riva e do Romoaldo Júnior, que queria ocupar o espaço do meu pai. Fizeram uma forte campanha contra ele naquela eleição. E aquela foi uma eleição difícil. O próprio bezerra perdeu para o Senado. E meu pai não teve forçar para voltar. Hoje as pessoas reconhecem o seu trabalho e o que fez pela região.  


O senhor acha que a população de Alta Floresta lhe vê como um candidato da terra, que realmente mora aqui?
Eu sou de Alta Floresta. Cheguei aqui no começo da cidade e minha família é pioneira. Sou mais Alta-florestense do que os meus oponentes. Meu CPF é daqui, assim como a minha carteira de identidade.


Porque o senhor decidiu ser candidato a prefeito?
Sou de uma família que tem tradição política. O deputado Rubens Paiva, que foi morto na época da ditadura, era primo do meu pai. Meu tio Edivaldo Rodrigues Paiva teve quatro mandato de vereador em Mirassol D’ Oeste, foi prefeito e vice-prefeito. Quando meu pai perdeu a eleição em 1994, nos desiludimos com a política e nos afastamos. Tenho empresa de representação desde 1992 e fui representante durante 14 anos da marca Gatos e Atos. Agora, decidi entrar no processo porque vejo que Alta Floresta precisa de um político que tenha conhecimento e trânsito. Dirigi para o Carlos Bezerra quando ele era governador, ele me conhece e tem grande respeito por mim, porque meu pai foi o fundador do PMDB nesta região. Nossa coligação tem apoio do deputado federal Vitório Galli, os estaduais Dilmar Dal’Bosco e Sebastião Rezende, além do ex-senador Jaime Campos, que estará em nosso palanque. 

Qual as suas principais propostas?
Minha principal proposta é voltada para a área de indústria. Até na década de 80, Alta Floresta tinha madeireiras e laminadoras fortes, indústrias que beneficiavam castanha, tínhamos a Três Cinco e a Grecovel Veículos. Na década de 90 estas empresas foram embora. Quero trazer para Alta Floresta, a Sadia, a Seara e a Perdigão. Alta Floresta tem propriedades com potencial para produzir aves e suínos para atender estas empresas. Seriam gerados 4 mil empregos diretos.


E como iria atrais estas empresas?
Doaria uma área para instalação e daria incentivos fiscais por 10 anos. Em 8 anos, Sinop fez dois distritos industriais para incentivar as empresas locais e atrair as de fora. Este tempo que fiquei fora de Alta Floresta, observei administrações que deram certo como a de Juarez Costa em Sinop, para fazer o mesmo em Alta Floresta.  Outra proposta é trabalhar junto ao governo estadual pela pavimentação da MT 325, ligando Alta Florestas a Pista do Cabeça, Portos dos Gaúchos, e Juara, para o escoamento da produção de grãos, que ficaria 200 quilômetros mais perto do Porto de Santarém. Alta Floresta tem logística, só falta trabalhar, para deixarmos de ser uma cidade de final de linha. Os gestores de Alta Floresta, nos últimos 20 anos, travaram a cidade. Não tiveram iniciativas e não querem que a cidade cresça. São várias as grandes empresas que não se instalaram em Alta Floresta porque enfrentaram dificuldades. Um exemplo é a fábrica de leite Nenê, que tinha interesse em vir para cá, mas não teve incentivo e ficou em Nova Canaã. Temos que abrir a cidade para novos investimentos.  


Se vencer as eleições, qual será seu primeiro ato na prefeitura?
Vou fazer uma auditoria na prefeitura envolvendo as administrações dos últimos 20 anos. Vou mostrar tudo para a sociedade sobre a herança que estarei recebendo e as dívidas deixadas por cada prefeito. Não vou carregar herança de dívidas e corrupção. Serei responsável a partir de 1º de janeiro. Meu segundo ato e exonerar todo o setor de finanças e de licitação da prefeitura


 Se o senhor não vencer as eleições continuará morando em Alta Floresta?
Sim, continuarei.

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