Reportagem/ Mato Grosso do Norte
O professor Jonis Franklin Leite dos Santos, diretor afastado da Escola Municipal Jardim das Flores em Alta Floresta, decidiu romper o silêncio e expressar sua versão sobre o episódio ocorrido que aconteceu na escola, envolvendo um professor que usou um conteúdo com termos sexuais, para alunos da 5ª Série. O caso foi denunciado por um pai de uma aluna de 10 anos.
Entretanto, Jonis assegura que o material está inserido no DCM [Diretriz Curricular Municipal].
“Estou psicologicamente destruído pelo posicionamento das pessoas e exposição nos meios de comunicação, pois tanto eu como a Coordenadora e o Professor, estamos pagando por uma situação que se quer temos culpa”, disse.
Ele disse que em função de publicações no Instagram, que destorcem a veracidade dos fatos, decidiu escrever um texto [publicado abaixo] para esclarecer o que realmente aconteceu. “Tem alguém mentindo para não assumir sua responsabilidade”, afirma.
Leia o texto na íntegra
Defesa da calúnia
Sou diretor da Escola Municipal Jardim das Flores, atualmente (afastado), quero aqui esclarecer que o conteúdo ministrado pelo professor acusado em mídias sociais, está inserido na DCM (Diretriz Curricular Municipal), documento este que pauta todos os conteúdos essenciais, abrangendo todas as disciplinas desde o 1º ano até o 5º ano do ensino fundamental da rede Municipal de Ensino de Alta Floresta.
O mesmo foi confeccionado em época pelos professores que compõe a rede municipal de ensino, Equipe Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação e outros órgãos de aprovação.
Este documento foi aprovado e publicado por um decreto na época. O mesmo pauta todos os conteúdos pontuais e necessários, onde na disciplina de ciências do 5º ano está inserido (DSTs – Doenças Sexualmente Transmissíveis, que assume nova sigla atualmente ISTs – Infecções Sexualmente Transmissíveis, página 314 em diante). Esse conteúdo nunca foi isolado ou individual de qualquer professor da rede Municipal de Ensino.
Estou psicologicamente destruído pelo posicionamento das pessoas e exposição nos meios de comunicação, pois tanto eu como a Coordenadora e o Professor, estamos pagando por uma situação que se quer temos culpa.
O mesmo pauta todos os conteúdos pontuais e necessários, onde na disciplina de ciências do 5º ano está inserido (DSTs – Doenças Sexualmente Transmissíveis, que assume nova sigla atualmente ISTs – Infecções Sexualmente Transmissíveis
O professor realmente foi infeliz ao fazer a interdisciplinariedade entre (ciências e matemática), pois usou em suas colocações alguns termos inadequados para a faixa etária das crianças, porém esses termos possuem ligações com as ISTs, no sentido de se preservar para não adquirir as ISTs (enfoque do professor).
Vale lembrar que nesse período de retorno das aulas, após o período de férias, a qual teve início em 22/07/2025, iniciamos as aulas com três turmas de 5º ano sem professor, onde uma turma de 5º ano, a professora regente da sala já iniciou o retorno com um atestado de 20 dias e outra turma de 5º ano, a professora regente teve o falecimento de seu avô e a mesma usufruiu de 8 dias de afastamento, conforme direito adquirido no PCCS municipal e a última turma de 5º ano não tinha professor contratado.
Com o intuito em não dispensar as turmas para suas casas, alguns professores em hora atividade cobriam o desfalque em outras vezes eu o diretor ministrava aula em uma turma, também o coordenador em outra turma, desse modo, apenas a coordenadora que está afastada ficava para atender toda a demanda de situações de quase 700 alunos, correção de planejamentos, impressões, etc (situação essa desumana com sobre carga de trabalho e responsabilidade).
A secretaria Municipal de Educação tinha pleno conhecimento desse desfalque de professores na Unidade Escolar. Pois no cumprimento do meu dever enquanto diretor, informei e solicitei professores junto a Secretaria Municipal de Educação. Esse desfalque teve uma duração de quase duas semanas, período este do fato acontecido.
Deixo aqui minha indignação e indagação sobre:
- Quem vai responder pela DCM?
- Quem defenderá qualquer professor da Rede Municipal que trabalha o conceito de ISTs???
- Quem verdadeiramente é o culpado dessa situação?
- Está correto a decisão que tomaram sobre nós?
Assina: Professor Jonis Franklin Leite dos Santos.
Graduado em Ciências Biológicas pela UNEMAT, com especialização em Sistemas Agroflorestais pela UNEMAT, Mestre em Genética e Melhoramento de Plantas pela UNEMAT e Doutor em Genética e Melhoramento de Plantas pela (UFV) Universidade Federal de Viçosa – MG. Também sou graduado em Pedagogia pelo Instituto Prominas com especialização em Psicopedagogia Clínica. Atuo na Educação de Alta Floresta há 29 anos.
Mato Grosso do Norte tentou contato com a secretária de Educação de Alta Floresta, Lucinéia Martins, para ela dar sua posição sobre o caso, mas não obteve resposta. O jornal também tentou via assessoria de imprensa da Prefeitura, mas novamente não conseguiu retorno.