por Caroline Borges
TV Press
A experiência de Lulu Santos é evidente dentro do “The Voice Brasil”. O cantor não é apenas o artista com mais tempo de carreira, mas também o jurado mais longevo do “reality show”. Ele ocupa a posição de técnico desde a estreia do programa, em 2012. Inicialmente, a produção era uma experiência nova e curiosa em sua trajetória musical. Sua participação, inclusive, teria data para terminar. Porém, ao longo das temporadas, Lulu se surpreendeu ao encontrar um projeto que se reinventa a cada ano. “No início, eu costumava pensar assim: eu vou fazer um ano ou dois desse programa. No meio, como é um jogo e você fica meio viciado, eu decidi: um ano ou dois é pouco, tenho de fazer pelo menos quatro, que é um mandato. Quando completei quatro anos de ‘The Voice Brasil’, pensei que quando o cara faz um bom governo ele é reeleito. E aí são dois mandatos. Eu já estou exatamente onde queria estar: completando o segundo mandato (risos)”, brinca.
O “The Voice Brasil” não está atrelado apenas ao lado profissional de Lulu. O programa também teve uma participação especial em sua vida pessoal. Durante a temporada passada, seu relacionamento com Clebson Teixeira veio a público. “Nosso relacionamento foi revelado aqui. Durante um programa do ano passado no meu perfil. Devo ao programa esse momento tão íntimo, esse carinho, cuidado e respeito que tiveram conosco. A canção que eu fiz, ‘Hoje em Dia’, foi sobre a repercussão do fato”, lembra. Os dois oficializaram a união em abril deste ano. Porém, ainda não estão morando juntos. “Ainda não, mas nos vemos mais vezes do que não (vemos). Ele me renasceu”, afirma.
P – O que é essencial ao longo da competição?
R – O mais importante é que os participantes consigam enxergar que existe um lugar para uma dinâmica de crescimento dentro do próprio desenrolar do concurso. Eles precisam compreender bem o que eles estão fazendo ali e o que eles ganham com a abnegação que é necessária para passar para a próxima etapa. E ter em mente que esse é um jogo de eliminação.
P – Quais características você busca em candidato durante a produção?
R – Originalidade e personalidade. No ano passado, tive uma candidata que, em certo sentido, cristalizava todos os sonhos que eu tenho para quem vem cantar no programa. A Priscila Tossan tinha uma personalidade muito forte, fez um trabalho interessante e trouxe uma novidade. Fiquei vidrado nas possibilidades dela e contente de saber que ela segue tendo um desenvolvimento em sua carreira. Ela acabou de assinar com a Universal, que é a minha gravadora também.
P – Você consegue manter contato com os candidatos após o fim das temporadas?
R – A gente se encontra nos lugares. Não é segredo para ninguém que vou fazer o palco Sunset, no Rock In Rio, com o Silva. Vamos ter a Priscila como convidada. As pessoas que não ganharam o “The Voice” têm uma longevidade muito grande na vida artística. Outro dia fui ver o espetáculo “Elza” e tinha duas ex-candidatas. Dá uma alegria muito grande. A Day e Carol Biazin também estão desenvolvendo. É bom ver que a expectativa que eu tinha a cerca deles se concretizou.
P – Música é algo que mexe bastante com os sentimentos. Ao longo da competição, você consegue ser mais racional em suas escolhas?
R – Não posso racionalizar tanto. Tenho de ter o impulso, ser levado. Estamos aqui para ouvir essas pessoas, temos de ter cuidado. A gente sabe o que quer e o que não quer. Não posso destruir a espontaneidade. Quero ser tocado, sentir algo. Se isso acontecer, melhor. Caso contrário, a gente sabe a melhor forma de explicar para pessoa o que aconteceu.
P – Você chegou a se emocionar em algum momento da temporada?
R – Fiquei emocionado com uma menina que não passou na fase de “Audições às Cegas”. Ela teve uma reação de tristeza muito profunda, era muito novinha. A gente passou mais tempo a consolando do que na apresentação dela.
"The Voice Brasil" – Globo – Terça e quinta, às 22h20.