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Agronegócio Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2020, 00:00 - A | A

07 de Dezembro de 2020, 00h:00 - A | A

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17,5% do solo do Brasil já foi queimado



Assessoria
 
Nos últimos 20 anos, 1,5 milhão de quilômetros quadrados do Brasil, ou cerca de 17,5% de seu território, queimou pelo menos uma vez. É quase toda a região Nordeste. Quando pegou fogo, a maior parte da área, 68%, estava coberta por vegetação nativa, enquanto 32% era usada para agropecuária, incluindo atividades como limpeza de pasto, roçado e terrenos recém-desmatados. Em média, uma área de 177 mil km2 queima todo ano, ou 2,1% do país.
Os dados inéditos fazem parte de uma iniciativa lançada no dia 3/12, o MapBiomas Fogo. Pela primeira vez, são consolidadas as informações sobre a área queimada a cada ano no país, de 2000 a 2019, com localização, frequência e o tipo de cobertura e uso da terra associado, como floresta, savana, agricultura ou pasto, entre outros. Ele faz parte da 5ª coleção anual de mapas de cobertura e uso do solo do Brasil do projeto MapBiomas, disponível em http://plataforma.mapbiomas.org.
Mais de 330 mil km² das florestas existentes hoje no Brasil pegaram fogo nos últimos 20 anos e dessas, 195 mil km2 (59%) queimaram duas vezes ou mais. “O incêndio em florestas tropicais não é natural. Ele é causado principalmente pela ação humana alimentada por um ambiente mais seco, que faz o fogo escapar de um pasto ou de uma área desmatada, por exemplo, e entrar na mata”, explica a diretora de Ciência do IPAM Ane Alencar, coordenadora do grupo que fez o trabalho. 

É o caso da Amazônia: 28,7% da área total queimada em 20 anos foi registrada ali, num ambiente onde o fogo deveria ser raro – metade dos 427 mil km2afetados queimou mais de uma vez num mesmo lugar. Sem o homem, o fogo neste bioma ocorre a cada 500 a mil anos. 

Quando se observam os aspectos fundiários, 59% da área queimada ao longo dos últimos 20 anos estava dentro de áreas privadas, 18% em áreas protegidas e 6% em assentamentos.
Alta em 2019 - No último ano, foram queimados mais de 203 mil km2, o que representa 2,4% do território, sendo que 72% aconteceu em vegetação nativa e 28% em locais de uso agropecuário. A área queimada em 2019 foi 55% maior do que em 2018, quando as cicatrizes de fogo somaram 130,5 mil km2.
“O mapeamento é fundamental para entender o regime de fogo no Brasil, que leva à degradação das vegetações nativas e tem impacto na saúde das pessoas, nas mudanças climáticas, na biodiversidade e na economia”, afirma o coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo.

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