Dionéia Martins
Mato Grosso do Norte
Imagine não saber onde está um filho, uma mãe, um irmão. Viver entre a esperança e o medo, aguardando por uma notícia que nunca chega. Para milhares de famílias brasileiras, essa é uma dor diária. Mas agora, um importante esforço nacional busca transformar essa angústia em reencontro: a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas está em andamento no país e Mato Grosso é um dos estados participantes.
A proposta é simples e poderosa: coletar material genético de familiares de desaparecidos para compará-lo com o banco nacional de perfis genéticos, onde estão armazenadas amostras de pessoas encontradas vivas ou falecidas sem identificação. O cruzamento dessas informações pode trazer respostas que famílias esperam há anos ou décadas.
Coleta - A coleta é rápida, indolor e voluntária. Com um simples cotonete passado na parte interna da bochecha, o DNA do familiar é recolhido e enviado para análise. “É um procedimento muito simples, mas que carrega um significado imenso”, destaca Kesia Melo, Perita oficial criminal e Presidente do núcleo de Identificação da Politec.
A coleta ocorre entre os dias 5 e 15 de agosto, em diversos pontos de atendimento espalhados pelo Estado. Para participar, é preciso levar um documento de identificação, o boletim de ocorrência do desaparecimento e, se possível, um objeto de uso pessoal da pessoa desaparecida, como escova de dente, aparelho de barbear, dente de leite ou até cordão umbilical guardado.
Quem pode doar - A prioridade é para familiares de primeiro grau: pai, mãe, filhos, irmãos e até o genitor do filho da pessoa desaparecida. Quanto mais familiares doarem, maiores as chances de cruzamento genético e, consequentemente, de identificação.
E depois da coleta o material biológico é analisado por peritos e transformado em um perfil genético que será inserido no banco nacional. A partir daí, o sistema realiza cruzamentos automáticos com as amostras disponíveis. Se houver compatibilidade com alguém encontrado vivo ou falecido, a família será imediatamente comunicada pela instituição responsável.
Caso a pessoa ainda não tenha sido localizada, o perfil genético permanecerá no banco e continuará sendo comparado a cada nova atualização.
Onde doar - Para saber onde está o ponto de coleta mais próximo da sua cidade, procure informações nos canais oficiais da Secretaria de Segurança Pública ou acesse o site da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas.