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Atualidades Segunda-feira, 04 de Agosto de 2025, 09:09 - A | A

04 de Agosto de 2025, 09h:09 - A | A

Atualidades / Alta Floresta

Parceria poderá transformar resíduos sólidos em receita e sustentabilidade

Empresa paulista apresenta proposta para transformar até 98% dos resíduos sólidos de Alta Floresta em produtos reutilizáveis, reduzindo impactos ambientais e gerando receita para o município.



Dionéia Martins
MATO GROSSO DO NORTE

Em visita na semana passada à Alta Floresta, o empresário Emílio Henrique Fedeli, da empresa EHF Tecnologias Ambientais, reuniu-se com a gestão municipal, a secretária de Meio Ambiente, Gercilene Meira, e a líder do prefeito na Câmara Municipal, vereadora Elisa Gomes. E apresentou um plano ousado e promissor para o tratamento dos resíduos sólidos da cidade. Com experiência consolidada no interior de São Paulo, onde atua há oito anos por meio de parcerias público-privadas, Emílio trouxe à Alta Floresta soluções sustentáveis que prometem revolucionar a forma como o município lida com seu lixo urbano.
"É um município em franco crescimento, e que precisa de soluções modernas para problemas que não podem mais ser adiados", destacou Emílio. A proposta da empresa prevê o reaproveitamento de até 98% dos resíduos, que hoje representam passivos ambientais sérios, ocupando espaço, contaminando o solo e comprometendo a paisagem da cidade.
Segundo ele, os materiais que hoje estão acumulados nos dois grandes pontos de descarte do município, conhecidos como lixão seco e lixão doméstico, têm, na verdade, alto potencial de reaproveitamento. "Esses resíduos podem se tornar fonte de receita, gerar empregos e, principalmente, deixar de agredir o meio ambiente. É uma solução onde todos ganham: o município, a população e a natureza", explica.

foto/ Mato Grosso do Norte

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 Emílio Henrique  da  EHF Tecnologias Ambientais

A tecnologia utilizada pela EHF é voltada para o tratamento de quatro categorias de resíduos sólidos: lenhosos, volumosos, resíduos da construção civil e resíduos orgânicos. Todos esses tipos são processados sem a necessidade de novos aterros, solução que, embora comum, ainda gera impactos ambientais de longo prazo.
“Por exemplo, os restos da construção civil passam por uma triagem onde se separa plástico, papelão, PVC — grande parte é reciclável. Depois, esse material pode ser utilizado pelo próprio município na manutenção de estradas rurais, sem precisar extrair novos recursos naturais”, explica o empresário.
Já os resíduos lenhosos, como galhos de árvores e móveis velhos, são triturados e combinados com resíduos de frigoríficos para dar origem a adubo orgânico, em um processo que resolve dois problemas ambientais de uma só vez.
Mas, segundo Emílio, para que a tecnologia funcione plenamente, um passo é indispensável: educação ambiental. A coleta seletiva, muitas vezes negligenciada, é peça-chave no processo.

“Depois que misturou, o estrago já está feito. Uma caixa de papelão limpa pode ser reciclada. Molhada com restos de comida, perde valor. As pessoas não têm noção do impacto que a separação correta dos resíduos pode causar positivamente”, alerta.
Além da inovação tecnológica, a proposta da EHF traz também um apelo ético. Para Emílio, Alta Floresta, situada em plena Amazônia Legal, tem uma responsabilidade extra na preservação do meio ambiente.

"Não é justo com a natureza deixar marcas permanentes no solo. Estamos aqui de passagem e precisamos fazer nossa parte."
O projeto ainda está em fase de apresentação e diálogo com o poder público local. A expectativa, segundo o empresário, é que a parceria possa ser construída com transparência, resultados mensuráveis e com forte envolvimento da comunidade.

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