Reportagem
Mato Grosso do Norte
Os moradores da comunidade Nova Aliança reclamam do abandono e do descaso como são tratados com relação aos serviços básicos essenciais, como Saúde, Educação e Estradas, de responsabilidade da prefeitura municipal de Alta Floresta.
Conforme a moradora Adélia Aparecida Martins de Souza, que mora há mais de 30 anos na comunidade, ainda no primeiro mandato da ex-prefeita Maria Izaura [hoje candidata a vice-prefeita na chapa de Dida Pires] a escola Nova Aliança, que atendia aos alunos da comunidade, foi fechada, contra a vontade dos moradores, e as crianças foram obrigadas a ir estudar na Escola da comunidade Mundo Novo, que fica a 18 quilômetros de distância. Quando a escola foi fechada, 58 alunos estudavam na unidade escolar.
“Quem veio fazer uma reunião e avisar que a escola seria fechada, foi um funcionário. A secretária de Educação na época, Irene Duarte e a prefeita Maria Izaura, não vieram aqui. Veio um funcionário e disse que era mais barato levar as crianças para a comunidade Mundo Novo. Agora as crianças saem de casa de madruga para ir para a escola”, disse Adélia.
Quando a escola foi fechada, conforme ela, muitos moradores se mudaram para a cidade. E agora, com o fechamento da Unidade de Saúde, outros que precisam de remédios de uso continuo e tem problemas mais sérios de saúde, também devem deixar a comunidade.
A prefeitura havia cortado todos os medicamentos no Posto de Saúde que atende aos moradores. A Secretaria de Saúde proibiu a agente de saúde, Carmelita, que cuidava do local, de fazer os atendimentos e entregar quaisquer medicamentos aos moradores. E, por último, o prefeito e o secretário de Saúde, fecharam a Unidade de Saúde, deixando os moradores a mercê da própria sorte.
“Se acontecesse um acidente, a Carmelita tinha anestesia no Posto e fazia o atendimento. Depois a proibiram de fazer até uma injeção. E para completar, fecharam a Unidade de Saúde deixando os moradores sem assistência”, reclama
Segundo Adélia, a prefeitura alegou falta de medicamentos e que seriam poucos pacientes. Mas a moradora diz o contrário.
“Tem bastante moradores que dependiam desta Unidade de Saúde. E também moradores de outras comunidades como a Santa Cruz da Paineiras, Santo Antônio, 12 Apóstolo e Boa Esperança, que eram atendidos nesta Unidade de Saúde. Agora, os moradores que fazem uso de remédios controlados de pressão e diabetes, tem que ir para a cidade para pegar e também para fazer consulta. Para ir no Mundo Novo é difícil porque lá são atendidas 7 comunidades e não se consegue fazer o atendimento para todos. Os moradores estão sofrendo as consequências, principalmente quem tem problemas mais graves de saúde”, reclama Adélia.
“Tínhamos escola e fecharam. Tínhamos uma urna para votarmos aqui na eleição e tiraram. E agora nos tiraram o Posto de Saúde. Nós da zona rural, precisamos com prioridade, de escola, Posto de Saúde e estradas. As estradas, agora que arrumaram um pouco. Mas já aconteceu de os alunos ficarem três meses sem estudar por causa de uma ponte que caiu. Tivemos que recorrer à justiça. E a secretaria de Educação ainda queria reprovar os alunos por faltas. Isto aconteceu no final de 2019 e começo deste ano, antes da pandemia”, relata
Para complicar ainda mais a situação, o prédio da escola e do posto de saúde, que foram abandonados pela prefeitura de Alta Floresta, estão servindo como criadouros de mosquitos.
Segundo a moradora, caíram telhas do prédio da escola e está chovendo dentro, acumulando água e o local enche de pernilongo e mosquito da dengue. “Não temos como ir tirar a água todos às vezes que chove. Já fomos três vezes na secretaria de Saúde cobrar uma providência, mas até agora não fizeram nada”, enfatiza.
Moradora Adélia Aparecida