REPORTAGEM
MATO GROSSO DO NORTE
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) divulgou na segunda-feira, 29, o Boletim Informativo nº113 com o panorama da situação epidemiológica da Covid-19 em Mato Grosso.
O documento mostra que 22 municípios do Estado configuram na classificação com risco "muito alto" para o novo coronavírus. Na região norte, os municípios de Colíder, Marcelândia, Sinop e Guarantã do Norte estão nesta lista.
Já na classificação de risco alto para a disseminação de coronavírus estão os municípios de Matupá, Peixoto de Azevedo, Terra Nova do Norte, Nova Bandeirantes, Nova Canaã do Norte, Paranaíta e Nova Monte verde.
Diante da gravidade da situação, o Ministério por meio das Promotorias de Justiça, expediu neta terça-feira, recomendação aos prefeitos dos municípios de Matupá, Peixoto de Azevedo, Novo Mundo, Guarantã do Norte e Terra Nova do Norte, que uniformizem as medidas de enfrentamento da COVID-19.
Mato Grosso tem 1.279 profissionais da saúde com diagnóstico positivo para o novo coronavírus. Desses, 23% são de médicos e trabalhadores da enfermagem. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) frisa que há 9 óbitos e 495 (38%) casos de recuperação.
Ao todo, Mato Grosso já conta com 15.328 notificações de covid-19. 590 óbitos no estado foram notificados até na segunda-feira.
Colíder - A situação de Colíder, segundo o prefeito municipal Noboru Tomiyoshi é extremamente preocupante. O município está classificado pelo governo estadual, no patamar de alto risco de contaminação, com 187 casos confirmados até na segunda-feira.
Noboru, preocupado com a segurança da população, fez um apelo aos moradores, alertando que todos devem tomar o máximo de cuidado para evitar a contaminação.
Segundo ele, o hospital de Colíder já está com praticamente todos os leitos destinados aos pacientes de covid-19, ocupados. Além disso, é um hospital regional que atende, além de Colíder, os municípios adjacentes.
O prefeito, por enquanto descarta decretar lockdown. Mas avisa que se a população não colaborar, e caso seja necessário, não irá hesitar e tomar esta decisão.
"Estamos preparando um novo decreto que está sendo finalizado e o funcionamento dos bares que era permitido até as 19h agora fica terminantemente proibido. As praças, o lago e as academias também estarão proibidas de funcionar bem como casa de shows, tabacarias e celebrações religiosas. As feiras livres terão um controle de entrada para regular o fluxo das pessoas dentro do recinto", assegura.
"Pessoas acima de 60 anos estarão proibidas de trabalhar na feira e também de frequentar. As festas domiciliares também serão proibidas", relata o prefeito.
''A situação é muito grave. Temos mais de 180 casos e pode se agravar muito mais se a população não se cuidar, evitando aglomerações, porque o nosso hospital poderá não ter condições de atender se os casos continuarem aumentando. Temos que ter respeito também com a esquipe de saúde do hospital, que está se arriscando para a salvar vidas. Temos cerca de 30 servidores do hospital que estão afastados de suas funções com suspeitas de estarem contaminados", enfatizou Noboru.
Matupá - Matupá, com 190 casos confirmados, até na segunda-feira, o risco de contaminação é classificado como muito alto. Desta forma, o prefeito Valter Miotto quer aplicar multa para quem promover festas e outras aglomerações durante a pandemia da Covid-19.
Foi encaminhado à Câmara de Vereadores um Projeto de Lei que prevê multa de R$ 500 para cada pessoa que for flagrada em festa, além de penalidades ao proprietário do imóvel.
A medida foi elaborada junto ao Ministério Público do Estado e deve ser estendida a outros 5 municípios no entorno. "Tem muitas cidades próximas e estamos elaborando ações em conjunto para conter a doença".
Com o alto risco de contaminação, de acordo com decreto estadual, deve se adotar medidas mais rígidas, como a quarentena obrigatória por 15 dias, com o fechamento do comércio.
No entanto, o prefeito acredita que tem feito sua parte atendendo à população e intensificando a fiscalização. Destacou que a Saúde do município tem seguido protocolos de cuidado com testagem de todos os casos suspeitos, medicamentos logo na fase inicial.
"Estamos trabalhando em diálogo com o MPE e outros prefeitos, e cuidamos ainda da saúde financeira, sem exageros com medidas onde não há resultado. Tem medidas que não contém o crescimento do contágio e precisam ser adaptadas à realidade do município", disse Miotto.
O gestor ainda criticou o Governo do Estado que teria demorado para implantar UTis e não estaria cumprindo com os repasses de recursos, como a parcela referente ao IPVA, que só teria sido paga a metade.
"Da União, Matupá deve receber R$ 4 milhões para compensar a perda na arrecadação que cobre metade do prejuízo de R$ 8 milhões", enfatizou.