Dionéia Martins/Mato Grosso do Norte
O Dia de Finados, celebrado neste domingo, 2º, mais uma vez levou milhares de pessoas ao Cemitério Jardim da Saudade, em Alta Floresta. Entre flores, velas e memórias, familiares e amigos se reuniram para prestar homenagens aos entes queridos, num ritual que combina silêncio, fé e afeto. Desde as primeiras horas da manhã, o movimento era intenso.
Na entrada do cemitério, comerciantes montaram suas bancas e aproveitaram a data para vender arranjos de flores, velas e outros itens simbólicos. As cores e o vaivém de visitantes criaram um cenário de acolhimento, apesar da atmosfera de saudade que marca a data. Como já é tradição, a Igreja Católica celebrou a missa às 8h. A celebração foi presidida pelo padre Márcio Pacheco, pároco da Paróquia Santa Cruz, e concelebrada pelos padres Welton e Gervásio.
Milhares de fiéis participaram do momento religioso, que teve como base o Evangelho de Lucas (7, 11-17), recordando a passagem bíblica em que Jesus reanima o filho da viúva de Naim. Em sua homilia, padre Márcio destacou que o Dia de Finados é, antes de tudo, um momento de profunda saudade, mas também de esperança.
Segundo ele, recordar quem partiu é reconhecer a força dos laços construídos ao longo da vida. “Essa saudade aperta o peito porque construímos laços de amizade estreitos. A gente quer ter sempre aquela pessoa perto da gente. Mas essa saudade não pode dar lugar à tristeza e ao desânimo”, afirmou.
O sacerdote ressaltou ainda que, embora Jesus não devolva fisicamente os que partiram, a fé cristã aponta para a certeza da ressurreição e da vida junto de Deus.
“Sabemos que Deus já os ressuscitou e estão junto dele na glória. Isso serve de consolo para nossos corações”, completou. Ao longo da pregação, padre Márcio também refletiu sobre os desafios atuais enfrentados pela sociedade brasileira, especialmente em relação à violência e à fragilidade das estruturas familiares. Para ele, o cuidado com as novas gerações é parte essencial do compromisso cristão.
foto/Mato Grosso do Norte
“Que a saudade daqueles que nós amamos nos mova a defender aqueles que estão vivos hoje em nosso meio”, disse.
Para muitos, o Dia de Finados em Alta Floresta foi um convite à reflexão: relembrar, agradecer e renovar a fé. Entre orações e abraços, reverenciou-se não apenas o passado, mas também o presente — com o desejo de construir caminhos de paz, vida e esperança.






