José Vieira
Mato Grosso do Norte
Moradores da comunidade Guadalupe, a cerca de 20 quilômetros do núcleo urbano de Alta Floresta, estão enfrentando enormes dificuldades devido a situação precária da estrada que serve de acesso as propriedades rurais da localidade.
Na comunidade vivem cerca de 60 famílias, predominando a Agricultora Familiar, de cultura de café, apicultura, pecuária de leite e hortifrutigranjeiros. Conforme os moradores, durante o período de estiagem, a estrada fica cheia de buracos e durante a época de chuvas, os buracos se transformam em atoleiros, muitas vezes intransponíveis.
Quando tentamos cobrar nossos direitos, a prefeitura mandou a polícia impedir nossa manifestação. E, desde então, nos sentimos perseguidos pelo prefeito, que não aceita nossa cobrança
De acordo com o agricultor Agnaldo Alves da Silva, desde a gestão anterior, somente serviços paliativos são feitos na estrada. E a mesma situação continua na atual gestão do prefeito Chico Gamba. São 7 anos de descaso com os moradores.
“Os maquinários entram aqui na comunidade, passa tapando os buracos até no final da estrada com trabalho paliativo, sem qualidade e vão embora. Quando tentamos cobrar nossos direitos, a prefeitura mandou a polícia impedir nossa manifestação. E, desde então, nos sentimos perseguidos pelo prefeito, que não aceita nossa cobrança. Mas o que queremos é um serviço que sirva a comunidade”, enfatiza Agnaldo, que diz que a comunidade Guadalupe também sofre retaliação do secretário de Obras da prefeitura de Alta Floresta.
De acordo com o morador, em detrimento aos pequenos produtores, a prefeitura trata com privilégios as estradas que servem aos produtores do agronegócio.
“Não compreendemos. Eles arrumam as estradas do agronegócio, cascalham e fica como asfalto, até dentro de fazendas. E nós que somos uma comunidade com 60 famílias, que produzimos Pitaia, café orgânico, horta, Piscicultura, temos áreas de laser e Turismo, estamos sendo perseguidos pela administração municipal”, aponta o morador. “As máquinas vêm aqui às pressas e deixam os moradores não mão”, acrescenta.
Nesta época do ano, de acordo com ele, que chove constantemente, a estrada fica intransitável.
“Quando chove a estrada fica cortada em vários pontos. São muitos atoleiros e estragam muito os carros dos moradores, causando grandes prejuízos financeiros”, reclama Agnaldo.
“O que nós cobramos é que parem de perseguir a comunidade, que a Secretaria de Obras venha aqui e faça um serviço completo, com aterramentos nas baixadas e o cascalhamento da estrada, porque até o cascalho já foi doado para a prefeitura. E não somente serviço paliativo”, cobra.
O morador Adeildo Antônio, conhecido como Toninho, que mora há 22 anos na comunidade Guadalupe, também reclama da situação precária da estrada.
“Nós não temos estrada. A impressão que a gente tem é que as máquinas da prefeitura vêm aqui passear e vai embora. Só prometem que vão fazer, mas não fazem. Um morador até deu o cascalho, prometeram que iriam cascalhar, mas nunca aconteceu. A situação é de dificuldade, mesmo passando o ônibus escolar aqui não se preocupam em arrumar a estrada”, lamenta Toninho.
Segundo ele, os moradores enfrentam grandes dificuldades quando necessitam ir na cidade fazer compras, principalmente quando é ração para os animais, que o carro vem carregado.
“Enfrentamos grandes dificuldades para chegar em casa. É um trecho pequeno de estrada e teria condições de já ter sido feito. Aqui mora muita gente”, observa.
foto/ Mato Grosso do Norte
Toninho, Agnaldo e Adir cobram recuperação de estradas rurais em Alta Floresta
Santa Rosa
Já Edir da Silva, morador na Comunidade Santa Rosa (setor de Chácara Santa Rosa) também reclama do abandono da estrada que serve de acesso as propriedades do local, que fica na região da vicinal 1º Norte.
“Nossa situação é muito difícil quando se trata de estrada. A máquina da prefeitura entrou lá um dia, quebrou e disseram que iriam retornar, mas não retornaram mais e os moradores estão muito descontentes. Esperamos que voltem o mais breve, porque a estrada está muito precária”, disse.
Edir afirma que no setor moram cerca de 1.500 famílias distribuídas nas chácaras ao longo da estrada.
“A estrada está muito ruim, tem muitas pedras. Eu já furei o tanque de um carro, os veículos quebram, acontecem acidentes, estoura pneus. E agora é ainda mais difícil devido as chuvas. Mas estamos esperando que voltem lá para arrumar nossa estrada”, pondera Edir.
foto/ Mato Grosso do Norte
Estrada da comunidade Guadalupe em péssimas condições de tráfego
