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Atualidades Sábado, 14 de Setembro de 2024, 16:50 - A | A

14 de Setembro de 2024, 16h:50 - A | A

Atualidades / Herbam

Pesquisador de MT publica artigo com a lista de espécies da família dos ipês, cipó-são-joão e jacarandás



 

Fruto de um trabalho de 11 anos de estudo, o pesquisador e biólogo Ricardo Ribeiro, natural de Nova Bandeirantes (520 quilômetros de Cuiabá), egresso do curso de Biologia na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), câmpus de Alta Floresta, atualmente estudante de mestrado na Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador voluntário do Herbário da Amazônia Meridional (Herbam), junto com a professora e pesquisadora, doutora em Agronomia, Célia Soares, (Unemat) e a professora e pesquisadora da USP e da Universidade de Berkeley (Califórnia), doutora em Ecologia, Lucia Lohmann, publicaram um artigo científico na revista Paubrasilia com a nova e atualizada lista de espécies da família dos ipês, cipó-são-joão e jacarandás (Bignoniaceae).

Foto: Acervo Herbam/Unemat

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 Professora Célia Soares no Herbam

A nova lista apresenta 115 espécies, incluindo cerca de 12 novas ocorrências para o Estado, sendo uma delas a documentação de um gênero que ainda não havia sido registrado para Mato Grosso, o gênero Godmania, e uma espécie nova que foi publicada em maio na revista Brittonia. Atualmente, são 97 espécies na Amazônia, 55 no Cerrado e 26 no Pantanal Mato-grossense.

“Quando os primeiros naturalistas coletaram Bignoniaceae no Mato Grosso, entre os séculos 18 e 20, as Bignoniaceae eram representadas por menos da metade das espécies documentadas agora”, explicou Ricardo.

As espécies de cipós são a maioria na lista, sendo muito importantes para a composição das florestas e para a fixação de carbono, detalhou Ricardo. Os cipós mais comuns são o cipó-são-joão (Pyrostegia venusta). Esses cipós têm potencial ornamental e alimentício, alguns são Plantas Alimentícias não Convencionais (Panc) além de contêr vários compostos antibacterianos, podendo ser utilizados na indústria farmacêutica e na medicina popular.

As árvores são representadas principalmente pelos ipês e jacarandás. Os ipês de Mato Grosso são representados por cerca de 14 espécies distribuídas em seis gêneros: Handroanthus (ipês de flores amarelas e roxas), Tabebuia (ipês de flores brancas, rosas e amarelas), Cybistax (ipê de flor verde), Godmania, Sparattosperma (cinco-folhas) e Zeyheria (ipê bolsa-de-pastor). Entre os jacarandás, a principal espécie é o Parapará (Jacaranda copaia).

Foto: Célia Soares

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Ricardo Ribeiro durante coleta em Nova Canaã do Norte em 2023

 

Ricardo Ribeiro durante coleta em Nova Canaã do Norte em 2023Foto: Célia SoaresCélia Soares e Ricardo RibeiroArquivo PessoalSegundo o pesquisador, o estudo começou em 2013, quando ele iniciou a faculdade de Biologia na Unemat e era bolsista de Iniciação Científica no Herbam.

“Eu me interessei em estudar a família Bignoniaceae, um grupo de espécies de árvores e cipós que ocorre em todo o mundo, mas é mais diverso no Brasil, principalmente na Amazônia. As Bignoniaceae têm flores chamativas em formato de sino, com cores vibrantes como rosa, vermelho, verde, roxo, branco, amarelo e laranja. No Mato Grosso, por exemplo, é muito comum encontrar os cipós da família na borda dos fragmentos florestais e na beira das estradas. Coletei em diversos municípios do estado e visitei coleções (herbários) de referência para a família, além do Herbam, os herbários CNMT e UFMT, os herbários RB (RJ) e SPF (SP) e os internacionais foram visitados pela Dra. Lucia Lohmann (NY e MO) e os demais foram acessados virtualmente”.

Arquivo Pessoal

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 Célia Soares e Ricardo Ribeiro

O pesquisador também ressaltou a importância de manter a lista de espécies atualizada. “Quando temos uma lista de espécies verificada por especialistas, ela se torna a principal referência para aquele grupo de espécies e orienta, além da conservação, todas as políticas públicas relacionadas à biodiversidade. Por exemplo, essa lista deve subsidiar as espécies comercializadas e manejadas no estado, visto que os ipês e jacarandás são muito utilizados no comércio madeireiro. Por outro lado, essa lista deve servir de base para verificar o status de conservação dessas espécies aqui no estado, além disso, agora podemos fazer estudos de como as mudanças climáticas vão impactar nas espécies. Vale lembrar que listas taxonômicas robustas são conseguidas apenas com estudo taxonômico detalhado, com expedições de campo e um trabalho exaustivo de coleções (herbários)”, concluiu o pesquisador.

(Assessoria de Comunicação - Unemat)

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