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Atualidades Segunda-feira, 12 de Agosto de 2024, 08:48 - A | A

12 de Agosto de 2024, 08h:48 - A | A

Atualidades / segurança

Pontes aéreas para animais silvestres serão implantadas em Alta Floresta

Serão implantadas placas de sinalização, redutores de velocidade, passagens terrestres e desassoreamento de bueiros para passagem de animais terrestres



Assessoria

As 6 pontes entre árvores previstas para serem instaladas em outubro no município de Alta Floresta são as primeiras desse tipo em áreas urbanas da Amazônia brasileira. As estruturas devem reduzir atropelamentos e facilitar a movimentação da fauna nativa.

A iniciativa é do Programa Alta Floresta não Atropela, desenvolvido pelo Projeto Reconecta, de Alta Floresta e Fundação Ecológica Cristalino (FEC), e têm apoio de parceiros, como o Instituto Ecótono, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), ICMBio, IBAMA, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), entre outros.

Bióloga Fernanda Abra, líder do Projeto Reconecta, explica que as ações do Programa Alta Floresta não Atropela consistem em integrar os fragmentos florestais para que os animais não fiquem isolados e assim comprometendo a genética de cada espécie. Além disso, reduzir a morte direta por atropelamento aumenta a conservação da fauna e a segurança viária.
Serão implantadas placas de sinalização, redutores de velocidade, passagens terrestres e desassoreamento de bueiros que poderão ser adaptadas para passagem de animais terrestres.

As pontes de dossel de Alta Floresta ainda terão câmeras para monitoramento das espécies que utilizarão as estruturas. O monitoramento será liderado pelo Projeto Reconecta contando com apoio de estudantes e acadêmicos locais, como da UNEMAT e UFMT.

Um dos parceiros do Projeto é o primatólogo e professor Dr. Gustavo Canale, que é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia. Os recursos estão sendo doados pelo projeto Reconecta, da bióloga Fernanda Abra, vencedor da edição 2024 do Prêmio Whitley, da organização britânica Whitley Fund for Nature (WFN) e considerado o Oscar da Conservação da Natureza.

No caso das pontes de dossel, o objetivo é proteger oito espécies de primatas existentes, sendo algumas criticamente ameaçadas, como o zogue-zogue-de-alta-floresta ( Plecturocebus grovesi ), descrito recentemente pela ciência e considerado um dos primatas mais ameaçados do planeta. Cerca de 40% das espécies de primatas do Brasil estão ameaçadas de extinção, mas em Alta Floresta a média chega a quase 70%.

Entre março de 2022 e setembro do ano passado, carcaças de 65 animais silvestres atropelados foram doadas para pesquisas na Universidade Estadual do Mato Grosso. Já a Secretaria Estadual do Meio Ambiente no município recebe uma média mensal de 5 espécimes silvestres feridos.

Os animais são vitimados sobretudo quando se deslocam entre fragmentos florestais que sobreviveram a décadas de desmatamento. Daí a importância das estruturas, em implantação nas regiões onde ocorrem mais atropelamentos no município do norte mato-grossense.

As travessias entre árvores protegem 8 espécies de macacos, como o zogue-zogue-de-alta-floresta, taxado como um dos mais ameaçados do planeta. Cerca de 40% das espécies de primatas no Brasil correm risco de extinção, enquanto em Alta Floresta a média é de quase 70%.

Além das travessias aéreas, a região ganhará placas sinalizadoras, redutores de velocidade e passagens terrestres. Tudo é parte de um plano para, além de buscar conter a morte direta de animais em estradas e rodovias, reforçar a segurança viária e evitar o isolamento genético de populações silvestres.

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