Da assessoria
A perspectiva de exportar algodão pelo porto de Santarém, no Pará, levou a Associação Mato-grossense do s Produtores de Algodão (Ampa) a participar da 23ª Reunião Ordinária do Conselho de Autoridade Portuária do Porto de Santarém na sexta, 6.
O diretor executivo da entidade, Décio Tocantins, demonstrou aos participantes informações sobre a produção de pluma no Estado, sobretudo na região mais ao norte, e o interesse dos cotonicultores em enviar seu produto para o porto paraense.
“Pelo Norte, já existe um projeto inicial feito com operação de estufamento de contêiner por Porto Velho (RO) que vai pôr Manaus (AM). O navio que leva contêiner a Manaus é o mesmo que passa por Santarém depois. O produtor de algodão do norte, principalmente aquele da BR-163, a partir de Nova Mutum, tem grande interesse em levar o algodão para o norte do país”, pondera o diretor.
A operação por contêiners pelo porto de Santarém já aconteceu em anos anteriores, para o transporte de madeira e outros produtos, mas não prosperou. O algodão sendo enviado através dessa modalidade de embarcação pode configurar a retomada do uso desse tipo de armazenamento, que favoreceria outras culturas do Estado, como o feijão caupi, por exemplo.
A possibilidade de enviar os produtos até o porto paraense se tornou mais viável com a finalização do asfaltamento da rodovia BR-163 no trecho entre Cuiabá e Santarém.
“Esse é o fato novo, a interligação do norte de Mato Grosso com o Pará, pela BR-163, que traz carga com originação do Estado”, completa Décio Tocantins. Nesse contexto, os produtores de algodão da região da BR-163, em Mato Grosso, e dos municípios de Sapezal, Campo Novo do Parecis e Campos de Júlio têm maior benefício.
“O que precisa ser entendido com relação à navegação com contêiners é que o porto da Docas do Pará, em Santarém, já fazia isso. Hoje, tem vantagem comparativa dos produtos do médio norte de Mato Grosso para fazer transbordo aqui, com volume suficiente”, ponderou Luiz Antônio Pagot, comentando ainda que a próxima reunião deve ser em Belém, na sede da Companhia Docas do Pará para, posteriormente, ser o projeto levado a Brasília.