Reportagem/ Energisa
Mato Grosso é o primeiro estado da Amazônia brasileira a ter um plano urbano para preservação de animais contra atropelamento. O programa Alta Floresta não Atropela começou a ser implantado neste mês, com a instalação de sete pontes de dossel em vias urbanas para permitir travessias seguras a seis espécies de primatas que circulam na cidade, entre eles o zogue-zogue-de-alta-floresta, espécie recentemente descoberta e um dos macacos mais ameaçados de extinção do mundo.
O programa foi destaque em diversas publicações pelo mundo, como a reconhecida revista Forbes, que mostrou a instalação e a importância do programa para preservação do primata. A ideia de proteger o primata surgiu no ano passado, quando a bióloga Fernanda Abra, visitava a cidade. A pesquisadora é líder do Projeto Reconecta e vencedora da edição 2024 do Prêmio Whitley, da organização britânica Whitley Fund for Nature (WFN) e considerado o Oscar da Conservação da Natureza.
“O Projeto Reconecta visa reduzir impactos de estradas e rodovias sobre animais arborícolas. Atualmente trabalhamos na Rodovia BR-174. Começar o Reconecta em Alta Floresta nos dá um novo horizonte, de reconectar ambientais naturais cortados por viários ambientes urbanos. Esperamos que Alta Floresta seja o início da expansão deste Projeto em muitos outros municípios da Amazônia”, explicou. Os pontos de travessia foram criados acima das redes de energia. Por isso, a Energisa foi chamada como parceria e criou um projeto específico para garantir a segurança dos macaquinhos e das pessoas que estão fazendo as instalações.
“Foi desafiador. Tivemos que usar caminhões de linha viva, para fazer as adaptações sem interromper o fornecimento. Foi feita a cobertura da rede, isolação e apoio para que a ponte de dossel pudesse ser instalada acima da rede de média tensão. Assim, pudemos integrar, meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico” explicou Romério Braz, analista comercial da Energisa.
Lucas Eduardo Araújo Silva.
Conheça o zogue-zogue
O zogue-zogue tem pelagem densa e macia e apresenta coloração predominantemente marrom-avermelhada, além de uma máscara facial escura que ressalta seus grandes olhos expressivos. Ele foi avistado pela primeira vez durante uma expedição pesquisador Rogério Rossi, da Universidade Federal do Mato Grosso, que fazia um inventário das espécies da região. É uma das mais recentes espécies de macacos da subfamília Callicebinae e habita a área entre os rios Juruena e Teles-Pires, em Mato Grosso.
Nas pontes construídas em Alta Floresta, serão instaladas placas de sinalização e câmeras para monitoramento das espécies que utilizarão as estruturas. Parte dos recursos estão sendo doados pelo projeto Reconecta, da bióloga Fernanda Abra. O programa foi destaque em diversas publicações pelo mundo, como a reconhecida revista Forbes, que mostrou a instalação e a importância do programa para preservação do primata.