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Atualidades Quarta-feira, 17 de Outubro de 2018, 00:00 - A | A

17 de Outubro de 2018, 00h:00 - A | A

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Saúde Pública em risco de colapso em Alta Floresta



Reportagem
Mato Grosso do Norte

O município de Alta Floresta enfrenta problemas sérios no setor de saúde e se não forem tomadas medidas emergenciais, o setor poderá entrar em colapso. Em várias unidades de Saúde, o atendimento à população já está comprometido, seja pela falta de médicos, remédios, problemas na estrutura física dos prédios e falta de gestão financeira.  E estão sem ter condições de atendimento ao público.
 As informações desta matérias foram repassadas pelos próprios servidores das unidades de saúde, que pediram para não ter o nome revelado por serem funcionários públicos. 
Na gestão financeira, a saúde pode terminar o ano com um déficit no orçamento em mais de R$ 3 milhões. Faltando  três meses para o final do ano e somente a folha de pagamento é mais de 1 milhão. E o orçamento restante para a pasta é de um pouco mais de R$ 1 milhão. Além da   folha de pagamento dos servidores, este orçamento é para suprir a necessidade de toda a pasta, como aquisição de remédios e materiais de expediente. 
A situação caótica já é sentida na pele pelos usuários que necessitam do atendimento na saúde pública do município, como a falta de medicamentos nas farmácias básicas e o horário de atendimento das mesmas. 
Sobre o horário de atendimento, a maior reclamação dos usuários é em relação a Farmácia Básica que atende no terminal rodoviário. Esta farmácia atende somente até às 11h da manhã, sendo que muitas pessoas que residem na zona rural do município, que chegam para a retirada de remédios, tem que se deslocarem até a Farmácia Básica que atende no bairro Cidade Alta. 
São idosos, pessoas com crianças de colos, entre outros, que muitas vezes tem que pagar pelo transporte para a retirada de um simples medicamentos. A reivindicação é para que esta Farmácia Básica atenda nos dois períodos, matutino e vespertino.
FALTA DE MÉDICOS - O problema de falta de médicos é antigo. Nos postos de Saúde que atendem na zona urbana, três deles estão com falta de médicos e deverão permanecer até janeiro. Na zona rural, praticamente toda elas se encontra sem médicos. 
No Posto de Saúde do Setor Primavera, o médico que atende naquela unidade, entrou de licença prêmio, (três meses de férias), e administração não tem outro para colocar no local. O mesmo problema é enfrentado pelo Posto de saúde do bairro Jardim das Araras. Aliás, o mesmo médico atende nas duas unidades. Nestes locais, a enfermeira é a mesma nas duas unidades, tendo que se desdobrar para atender toda a população. O problema maior é quando chega um usuário, com um problema mais grave e a enfermeira está atendendo no outro posto. 
UNIDADES BÁSICAS E POSTOS DE SAÚDE - Em relação as unidades de saúde, o problema é ainda mais grave. Praticamente todas as unidades tem problemas estruturais, algumas estão com a estrutura comprometidas, chovendo dentro das instalações e pondo em risco os equipamentos usados no atendimento à população. 
Unidade Básica de Saúde do Setor Araras- o local foi todo construído pela comunidade. As salas são pequenas, não oferecem espaço para espera, não tem acesso para cadeirantes, entre outras necessidades emergenciais.
 Esta unidade é tida como uma extensão e o setor necessita que seja transformado em Posto de Saúde com toda a equipe de profissionais atendendo, uma vez que somente nesta unidade de Saúde, pela sua localização, atende mais de 2.000 pessoas. A mesma equipe que atende nesta Unidade, também atende no Bairro Jardim Primavera, sendo que neste bairro são atendidas mais de 3.000 pessoas.

Unidade de Saúde Santa Bárbara- Localizada nos fundos da Praça Cívica, centro da cidade, o problema é estrutural. Esta Unidade de Saúde foi recém construída e desde a sua inauguração, apresenta problemas no telhado. São muitas infiltrações e goteiras, que em dias de chuva, se torna praticamente impossível atender a população. Este posto precisa com urgência que seja refeito o telhado e verificado onde está este problema. Quando chove, os servidores da Unidade são obrigados a cobrir os equipamentos para que os mesmos não molhem. A situação é bastante grave e requer providências urgentes.  
UNIDADE DE SAÚDE ANA NERI - Localizado na Rua do Araújo, também na região central. Esta unidade de saúde atende em imóvel locado pela prefeitura, mas o local também tem muitos problemas. 
Sendo uma das Unidades de Saúde mais movimentada da cidade, o local não oferece rampa para cadeirantes, tem diversos problemas como vidros quebrados, falta de cadeiras para espera e ventiladores quebrados.
A unidade de saúde também sofre com as infiltrações e goteiras, sendo que a cadeira odontológica deste posto, já queimou duas vezes por causa da chuva. A unidade precisa, com urgência, de reparos no telhado e uma reforma geral em seu interior.
UNIDADE DE SAÚDE DO BAIRRO JARDIM DAS FLORES - Esta unidade é outra que foi recém inaugurada pela administração municipal. Nela, o problema também é em relação as infiltrações e as goteiras. Além deste, as pessoas que vão ao local em busca de atendimento, sofrem com intenso calor. Falta de ar-condicionado em algumas salas de atendimento e na recepção. Na sala onde a médica atende, o ar-condicionado foi a profissional de saúde que instalou.
UPA - Unidade de Pronto Atendimento - Alta Floresta foi contemplada pelo Governo Federal com a implantação de uma UPA, a unidade começou a ser construída no segundo mandato da ex-prefeita Maria Isaura. A obras está localizada na Perimetral Rogério Silva. Alegando falta de recursos para terminá-la, faltando apenas a contrapartida do município, a construção foi paralisada e está abandonada. 
As UPAs em funcionamento tem uma ajuda do Governo Federal no valor de mais de R$ 200 mil, sendo que, a de Alta Floresta, se tivesse terminada, também estaria recebendo este valor para sua manutenção. O atendimento seria para atendimento de baixa e média complexidade.
De acordo com informações recebidas na Secretaria de Saúde do Município, a obra será terminada e no local será feito um PA - Pronto Atendimento. 
Neste caso, o município deixa de receber o subsídio do Governo Federal e terá que arcar sozinho com os custos de funcionamento. Não há maiores explicações sobre o que levou a administração mudar a finalidade do projeto. 

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