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Os últimos 10 anos foram importantes para Luiz Henrique Rios. Com passagem pelas equipes de direção de mestres como Denise Saraceni e Jorge Fernando, foi em 2015 que assinou sua primeira novela como diretor artístico, o sucesso “Totalmente Demais”. Nesses últimos dez anos ainda comandou as gravações de outros êxitos como “Pega-Pega” e “Terra e Paixão”.
Funcional e popular, seu currículo acabou fazendo com que a Globo o escolhesse para trabalhar com Aguinaldo Silva em “Três Graças”, atual novela das nove.
“Em 1997, tive meu primeiro contato com o texto do Aguinaldo em ‘A Indomada’, onde integrava a equipe de direção. Esse reencontro, agora inaugurando uma parceria com ele, é motivo de muito orgulho para mim”, celebra.
Formado em Ciências Sociais, a paixão de Rios pela imagem, e sobretudo pelas novelas, acabou o levando para a Globo, onde estreou como integrante da equipe de direção comandada por Ricardo Waddington em “Quatro por Quatro”, de 1994.
Queremos que o público se envolva, se emocione e torça”, destaca
Apesar dos bons serviços prestados à empresa, sua promoção a diretor principal levou mais de duas décadas e aconteceu justamente quando a emissora começou a dispensar antigos medalhões e renovar seu quadro de realizadores. Em sua segunda incursão pelo nobre horário das nove, Rios acredita que “Três Graças” tem ingredientes certeiros para conquistar o público.
“Tratamos de questões muito verdadeiras que tangenciam uma série de realidades, mas sob a ótica da ficção, com um bom equilíbrio entre comédia, drama, romance e tragédia. Queremos que o público se envolva, se emocione e torça”, destaca. P – Você fez parte da equipe de direção de “A Indomada”, de 1997.
Como encara esse reencontro com o texto do Aguinaldo Silva em “Três Graças”?
R – Fiquei muito feliz quando Aguinaldo se mostrou interessado em me ter como diretor da trama que marca o retorno dele à Globo. Estou maravilhado com o texto e a forma que ele tem desenvolvido a história e os personagens. Sinto uma pulsão de desejo criativo que só os grandes autores têm.
P – Como essa parceria foi se estabelecendo?
R – De forma muito natural e cheia de sintonia. Trocamos muito desde o início, onde mostrei as minhas ideias para a estética da novela e os primeiros nomes para o elenco. Aguinaldo é experiente, sabe tudo de teledramaturgia. Então, ele é interessado em diversos aspectos técnicos da produção. E tem um olhar muito criterioso.
P – A escolha do elenco foi feita de forma conjunta?
R – Sim. Ele fez questão de trabalhar com atores importantes em suas obras, como a Arlete Salles, por exemplo. A ideia era montar um elenco popular e diverso. Trouxemos atores consagrados, como Marcos Palmeira e Murilo Benício, e também novos talentos. Belo, por exemplo, fez um teste excelente e trouxe verdade ao personagem Misael. A escolha da Sophie Charlotte para Gerluce também foi certeira – ela encantou nos testes e incorporou a personagem de forma única.
P – Como a mudança da ambientação da trama para São Paulo influenciou no seu trabalho?
R – Foi uma sugestão da emissora e eu gostei bastante. Após muita pesquisa e diversas visitas, escolhemos locações que representam a diversidade da cidade, como a Aclimação, onde mora a Arminda (Grazi Massafera), Pinheiros, onde vive Ferette (Murilo Benício) Vila Madalena, para os personagens ligados à arte.
E, por fim, a comunidade fictícia Chacrinha, inspirada na Brasilândia. De toda forma, a gente quer mostrar uma São Paulo diferente.
P – Como assim?
R – A proposta sempre foi construir uma tragicomédia, com interpretações e estética que não fossem totalmente naturalistas. Visualmente, usamos luzes mais teatrais e cores mais vibrantes. Ao retratar a comunidade, por exemplo, mostramos sua potência criativa e existencial, não apenas a carência. A ideia é recortar a realidade e não apenas reproduzi-la.
“Três Graças” – Globo – de segunda a sábado, às 21h.







