por Márcio Maio TV Press
Desafiado de comandar a 12ª temporada do “MasterChef Brasil” ao lado de Helena Rizzo e Erick Jacquin, sem a mediação de um apresentador, Henrique Fogaça garante que o trio encara bem a nova fase do talent-show culinário exibido pela Band. “Ana foi muito importante no ‘MasterChef Brasil’, mas ela agora tomou outro rumo e a gente segura aqui, com toda a maestria. A gente aprendeu, a gente sabe fazer”, afirma. Ana Paula Padrão acompanhava os jurados no programa, mas a jornalista deixou o time e a emissora no ano passado.
A nova temporada intensifica o foco na brasilidade e nas raízes culturais do país. Fogaça elogia a seleção de desafios. “Todos são grandes momentos. Fizemos uma prova do Século XVIII, um aspic, que é quando você faz uma comida dentro da gelatina. É uma coisa muito louca, linda”, conta. Porém, além da técnica, o equilíbrio emocional é apontado pelo chef como um fator crucial para os candidatos se manterem na disputa. “O ‘MasterChef’ pode levar você à felicidade, com uma vitória, e depois jogar lá em baixo. Você vai bem em uma prova, pega outra e para na eliminação. Uma crítica que a gente faça e o cara desaba... Então, equilíbrio é muito importante”, alerta.
P – O “MasterChef Brasil” completa 11 anos em 2025. Como você vê essa trajetória?
R - São muitas histórias, de muita transformação no nosso país e fora do país também, na casa das pessoas, com a gente levando entretenimento. Temos um programa que, além de ser um reality em que as pessoas torcem para alguém, querem que outro se ferre. É importante no quesito de conhecimento, de cultura e de gastronomia. No Brasil, cada estado é praticamente um país. Temos muitos ingredientes que a gente nem conhece e acabamos descobrindo no “MasterChef”. Temos uma produção excelente, que traz provas desafiadoras. Então, tem um aprendizado interessante para inclusive para nós, na questão profissional, como cozinheiros.
P – E como tem sido essa nova jornada no “MasterChef Brasil”, agora também como apresentador?
R - A Ana (Paula Padrão) começou essa jornada com a gente e teve um papel muito importante. Porém, agora, a gente consegue assumir esse palco e fazer esse trabalho. Está sendo bem gostosa essa parte de puxar as provas e a gente, de uma certa forma, está tendo o acesso facilitado aos participantes. A Ana fazia a cerimônia, falava com o pessoal e, depois das provas, passava para a gente. Agora, a gente consegue ter esse conhecimento deles mais rápido, com esse acesso mais fácil aos competidores. E eu estou à vontade, está bem gostoso apresentar as provas, fazer tudo o que a Ana fazia. Esse ano promete muita coisa boa.
P - Qual a influência da culinária de vocês, chefs jurados e apresentadores, na escolha dos pratos ao longo da temporada?
R – A produção do “MasterChef Brasil” é impecável. Eles trazem várias ideias de temáticas de gastronomia. No começo, nos primeiros anos, eu trazia algumas ideias. Até hoje em dia, ainda fazemos isso. Mas a produção é uns 95% e tem aqueles 5% em que a gente dá um pitaco, uma ideia, e a equipe define o que vai ser feito. Há uma equipe muito criativa aqui.
P – Ao longo desses 11 anos no “MasterChef Brasil”, qual você considera ter sido o maior ganho individual?
R – Acho que é uma extensão da minha profissão, que eu já fazia há mais de dez anos, no restaurante. Poder estar em um programa maravilhoso como esse, que é internacional, aprendendo de cozinha e julgando as pessoas, vivenciando, com uma exposição de mídia, de televisão, que é uma coisa absurda. Qualquer lugar que eu for no Brasil, em qualquer estado, tem uma pessoa que fala que me assiste no “MasterChef”. Essa visibilidade como um apresentador, como um cozinheiro foi fenomenal. As pessoas conheceram o meu restaurante, vem muita gente de fora, do Acre, de Tocantins, que vem para São Paulo e quer ter a experiência de conhecer o restaurante.
P – E qual seria a maior perda?
R – Não tem nada pesado, mas preciso abrir mão de algumas coisas. Tenho três filhos: a Olívia, que é especial e tem 18 anos; o João, que tem 16 e a Maria, que tem 9 anos. São 11 anos de gravação, um batidão pesado. Eu fico com eles por 15 dias em julho e, normalmente, esse é um mês em que estamos gravando. No ano passado, minha filha falou: “Papai, eu vou na sua casa ficar com você e você fica trabalhando”. Então, neste ano, para o “MasterChef Confeitaria”, pedi para ficar fora porque quero estar mais presente na vida dos meus filhos. Como eu não moro com eles, eu pensei muito.
“MasterChef Brasil” – Band – Terças, às 22h30. Exibição também no Discovery Home & Health e na HBO Max, às sextas, às 19h.