por Márcio Maio TV Press
O convite para interpretar Aldeíde no remake de “Vale Tudo” mexeu com as emoções de Karine Teles. “Fiquei animadíssima, mas também apavorada”, confessa a atriz, que assume na nova versão o papel que foi de Lilia Cabral no clássico original de 1988. Com direção artística de Paulo Silvestrini e texto de Manuela Dias, a novela do horário nobre da Globo revisita personagens emblemáticos, mas sem deixar de oferecer novas possibilidades ao elenco atual. “Vi a novela na época. Estou com 46 anos. E vi no ‘Vale a Pena Ver de Novo’. Então, é bastante fresco. Dei uma olhadinha agora, mas preferi não seguir”, explica. Karine, porém, não abriu mão de conversar com Lilia Cabral. “Tivemos uma troca bem bonita. Fiquei emocionada e me senti abençoada”, conta.
O convite para o papel veio com bastante antecedência, mas exigiu discrição. “Tive de guardar o segredo por meses. Essa foi a parte mais difícil. Eu estava tão feliz, mas não podia compartilhar com ninguém”, lembra. A experiência no teatro, onde é comum a releitura de grandes obras, serviu como ponto de partida para se enxergar no remake. “Me deu uma animação, porque a gente não precisa escolher entre uma versão ou outra: é possível amar as duas”, defende a atriz, que recorda a alegria que sentiu quando descobriu o nome de uma de suas principais parceiras de cena. “A primeira pergunta que eu fiz foi quem ia ser a Consuelo. Eu nem perguntei de Maria de Fátima ou de Odete Roitman. E quando soube que era a Belize, fiquei muito feliz. Está sendo uma delícia trabalhar com ela e descobrir esse lugar da comédia, que não é fazer graça, mas viver coisas engraçadas”, entrega ela, citando a atriz Belize Pombal.
Na trama, Aldeíde mora com o irmão Poliana, vivido por Matheus Nachtergaele, em Vila Isabel, onde se tornam grandes aliados de Raquel, protagonista interpretada por Taís Araujo, ao acolhê-la quando ela chega ao Rio, depois de sofrer um golpe da própria filha. Secretária da TCA ao lado de Consuelo, Aldeíde rende cenas de muito humor diante das exigências e do comportamento austero do chefe Marco Aurélio, papel de Alexandre Nero – mesmo que nem sempre tenha o mesmo desempenho exemplar da amiga. “Elas são duas vizinhas trabalhadoras e guerreiras enfrentando o mundo com um olhar amoroso”, resume Karine, que tem descoberto afinidades com a personagem. “Estou aprendendo a não ter vergonha do que eu gosto, do que eu desejo, do que eu quero. A estar mais aberta no contato com as pessoas”, admite.
Apesar da leveza e do temperamento romântico, Aldeíde carrega também traços de independência, além de pensamentos bem contemporâneos. “Acho que ela segue mais para a frente. O mundo avança, mas algumas questões permanecem. E a Aldeíde continua essa pessoa com pensamento à frente. Apesar de ser muito família e grata à vida que ela teve”, define. Em cena, Karine assume uma veia cômica intensa, mas fora da ficção, assume um contraste. “Eu sou mais tímida, mais fechada. Não parece, mas sou quietinha e discreta na minha vida”, revela.
"Vale Tudo" – Globo – Segunda a sábado, na faixa das 21h.