por Caroline Borges TV Press
Ritmo, compasso e entrosamento. Rainer Cadete, que está de volta ao ar em “Êta Mundo Melhor”, já estava habituado a lidar com esses comandos em uma tradicional aula de dança. Mas ao reencontrar o ambicioso Celso, personagem de “Êta Mundo Bom!”, o ator também precisou entrar novamente na cadência de um antigo papel que se encerrou há quase uma década. “Reviver o Celso é como reencontrar um parceiro antigo de dança. Os movimentos estão na memória e vão voltando gradualmente”, aponta.
Na história de Walcyr Carrasco e Mauro Wilson, Celso é primo do protagonista Candinho, papel de Sergio Guizé. Fica frustrado porque a herança de sua tia Anastácia ficou toda para Candinho e vive armando golpes por ganância. Por sorte, encontra o filho perdido de Candinho com Zulma, de Heloisa Périssé, mas só divide a informação com Sandra, papel de Flavia Alessandra, com quem confabula para tirarem proveito da situação. Em paralelo, influencia Candinho a vender a fábrica de sabonetes e comprar uma fábrica de biscoitos, também para ganhar dinheiro com a transação. O destino o colocará no caminho da enfermeira Estela, de Larissa Manoela. “O Celso segue transitando entre a ambição e o afeto. Vamos ver como o coração dele vai se transformar nessa jornada”, pondera.
A trama de “Êta Mundo Melhor!” é ambientada no final da década de 1940, e início dos anos 1950, e parte do desfecho de “Êta Mundo Bom!”, exibida em 2016, para apresentar novos desafios a personagens já conhecidos do público. Ao mesmo tempo, ganha outros nomes no elenco, como Larissa Manoela, Nivea Maria e Evelyn Castro, que integram novos núcleos e histórias inéditas. “Mesmo sendo uma fábula de época, a novela segue bem atual. Fala sobre escolhas, ética e esperança. Temos um set muito verdadeiro. Espero que o público sinta que esse mundo realmente possa ser melhor”, valoriza.
Esta, porém, não é a primeira vez que Rainer revive um personagem diante das câmeras. O ator interpretou o booker Visky em “Verdades Secretas I e II”. Por isso mesmo, ele já sabe como reconstruir um novo personagem, mas sem perder a essência. “A gente nunca mergulha no mesmo rio duas vezes. Não somos mais os mesmos após pouco tempo. O mundo já não é mais o mesmo. Estamos contando uma história diferente”, explica. “Êta Mundo Melhor!” – De segunda a sábado, às 18h30, na Globo.
Mão na massa
Assim que chegou aos Estúdios Globo para os primeiros trabalhos de preparação, Rainer Cadete mergulhou no universo das décadas de 1940 e 1950. Equipe e atores participaram de um workshop e tiveram aulas sobre a história de São Paulo naquela época, além de diversas vivências sobre os costumes da época. “A gente começou a preparação com uma aula de dança. Foi como abrir uma festa para a alma passar. Se você pensar, a novela é uma dança, né? É uma coreografia de encontros e desencontros, onde cada um tem um passo”, afirma.
Instantâneas
# Rainer é formado pela Casa das Artes de Laranjeiras.
# O ator é natural de Brasília.
# Rainer foi um dos entrevistados do especial “Tributo”, que revisitou a carreira de Walcyr Carrasco.
# Ao lado do filho Pietro, Rainer lançou o livro “Olhares que filtram”.