Sexta-feira, 18 de Julho de 2025

Caderno B Sexta-feira, 18 de Julho de 2025, 08:58 - A | A

18 de Julho de 2025, 08h:58 - A | A

Caderno B / CINCO PERGUNTAS

Foco criativo

Enquanto desfruta o sucesso de “Êta Mundo Melhor!”, Walcyr Carrasco prepara outras duas novas novelas



por Geraldo Bessa TV Press                

Walcyr Carrasco se define como um workaholic. Sem ligar muito para férias, assim que coloca o ponto final em uma trama, logo se envolve em outros projetos. Um dos autores mais prolíficos do casting da Globo, ele agora celebra o breve retorno ao sucesso “Êta Mundo Bom!”, de 2016, em “Êta Mundo Melhor!”. Responsável pela escrita dos 30 primeiros capítulos da atual trama das seis, Walcyr evita a palavra continuação e prefere tratar a produção como uma nova obra no mesmo universo de Candinho, papel de Sérgio Guizé. “Fiquei honrado com a proposta de revisitar essa obra e criar algo novo a partir dela. As aventuras de Candinho têm uma certa ingenuidade que as pessoas estão precisando”, avalia.                

Natural da pequena Bernardino de Campo, interior de São Paulo, Walcyr estreou na tevê de forma discreta com a desconhecida “Cortina de Vidro”, do SBT, em 1989. Alternando trabalhos na extinta TV Manchete e no SBT ao longo da década de 1990, ele só conseguiu chamar atenção do público e da crítica com a libertária “Xica da Silva”, de 1997. Contratado da Globo em 2000, escreveu sucessos como “O Cravo e a Rosa”, “Chocolate com Pimenta” e “Alma Gêmea”. Habilidoso e funcional, já concebeu novelas para todos os horários de teledramaturgia da emissora e, no momento, além de “Êta Mundo Melhor!”, ele está envolvido na criação de “Vidas Paralelas”, cujo formato é inspirado nos doramas sul-coreanos, e prepara uma novela tradicional para a faixa das nove. “Gosto de produzir. De estar no ar. Fazer novela é cansativo, mas me sinto privilegiado por fazer o que gosto e do jeito que quero”, gaba-se.

P – Em “Êta Mundo Melhor!” você retorna ao universo de “Êta Mundo Bom!” depois de nove anos. Como foi esse processo?

R – Amauri Soares (diretor dos Estúdios Globo) me chamou para uma reunião e propôs uma continuação da novela. Eu adorei a ideia de voltar a trabalhar na história e nos personagens, mas achei que o projeto merecia também algo novo. Então, comecei a pensar mais no universo do Candinho do que em uma continuação de fato. Apesar da ambientação, é uma outra história. Até mesmo personagens que já apareceram na trama de 2016 voltam de forma diferente.

P – Antes secundária, a Dita (Jeniffer Nascimento) agora volta como protagonista. O que motivou a promoção da personagem?

R – O talento da Jeniffer. Acho que a Dita é realmente o principal exemplo de como os personagens antigos foram inseridos na história. Fui despretensiosamente ao teatro ver um musical com a Jeniffer e saí de lá muito impactado, inspirado mesmo. Na época de “Êta Mundo Bom!” eu não tinha ideia de que ela cantava tão bem. Senti que ali tinha um outro caminho para a personagem e alterei a trajetória dela na trama.

P – Êta Mundo Melhor! tem dado muito destaque ao núcleo do orfanato. É uma forma de conversar com um público mais novo?

R – Minhas novelas das seis sempre contaram com um núcleo infantil, agora ele está mais robusto mesmo. Mas faz parte do novo mote da história, que é a busca do Candinho pelo filho desaparecido. É no orfanato que o filho do protagonista acaba morando, uma trama cheia de referências aos livros do Charles Dickens, em especial, “Oliver Twist”.

P – A atual trama das seis marca sua terceira parceria com a Amora Mautner como Diretora Artística. Como é a dinâmica entre vocês?

R – Muito boa. Tive grandes parceiros profissionais desde a minha estreia na tevê, como meus saudosos Walter Avancini e Jorge Fernando. Conheci Amora quando ela era da equipe de direção de “O Cravo e a Rosa” e nos reencontramos quase 20 anos depois em “A Dona do Pedaço”. Ela tem o dom de reunir o melhor elenco, entende meu texto e dirige com muita criatividade.

P – Você escreveu apenas os 30 primeiros capítulos de “Êta Mundo Melhor!”. Como encara o movimento de deixar a novela para se dedicar a outros compromissos?

R – Tenho duas novelas para fazer, uma na faixa das nove inclusive. Então, foi o combinado desde o início. A sensação é de dever cumprido. Vou continuar assistindo e acredito que a novela está em boas mãos com o texto do Mauro (Wilson). Deixei todos os desfechos em aberto e é o Mauro quem vai decidir tudo.  

Êta Mundo Melhor!” – Globo – de segunda a sábado, às 18h20.

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