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Caderno B Sexta-feira, 01 de Novembro de 2024, 08:43 - A | A

01 de Novembro de 2024, 08h:43 - A | A

Caderno B / CINCO PERGUNTAS

Tudo ao mesmo tempo

Criadora e protagonista do “Tô Nessa”, Regina Casé celebra volta ao humor escrachado na pele da versátil Mirinda



por Geraldo Bessa TV Press                

Sempre muito dividida entre a carreira de comunicadora e atriz, Regina Casé há tempos planejava unir as duas funções em uma mesma produção. Com autonomia suficiente para apresentar projetos à Globo, Regina aliou-se ao roteirista Jorge Furtado e juntos criaram o “Tô Nessa”, humorístico exibido nas noites de domingo. “Nos inspiramos em várias comédias brasileiras clássicas, mas é um produto de dramaturgia único e ousado, onde misturamos plateia, banda e um cenário circular. Todas as gravações são diferentes, temos convidados especialíssimos e interajo muito com o público no estúdio”, destaca a intérprete da eclética e esforçada Mirinda, matriarca que se desdobra em muitas para dar conta de sustentar a família.                

Natural do Rio de Janeiro, Regina é filha do diretor de tevê Geraldo Casé e neta do apresentador Ademar Casé. Durante os desbundados anos 1970, fundou – ao lado de figuras como Hamilton Vaz Pereira, Evandro Mesquita, Patrícia Travassos e Luís Fernando Guimarães – o grupo de teatro Asdrúbal Trouxe O Trombone. Entre uma peça e outra, participou de longas e atuou em novelas como “Guerra dos Sexos”, de 1983, e “Cambalacho”, de 1986. “Engraçado que até hoje as pessoas falam sobre esses trabalhos. Chegou uma hora em que apenas atuar não fazia mais tanto sentido para mim”, destaca.                

Até que no início dos anos 1990, iniciou sua carreira como apresentadora, onde passou a ter um frutífero diálogo com a cultura popular brasileira em produções como “Programa Legal”, de 1992, e “Brasil Legal”, de 1995. Mais recentemente, comandou o dominical “Esquenta!”, azeitada mistura de sotaques e expressões artísticas que foi ao ar por temporadas entre 2011 e 2017. “Meu objetivo como apresentadora sempre foi jogar luz sobre as pessoas que não tinham voz. Já experimentei diversos formatos, mas é sempre o capital humano que protagoniza tudo o que faço na tevê”, ressalta.

P – O “Tô Nessa!” é seu retorno a um tipo de humor mais escrachado. Você estava com saudades? R – Muita! Estava com muita vontade de trabalhar em algum texto realmente engraçado. Os últimos trabalhos que eu fiz na televisão foram as novelas “Todas as Flores” e “Amor de Mãe”, além do longa “Dona Lurdes – O Filme”, que tinham toques de humor, mas eram personagens em situações realmente dramáticas. Comédia rasgada mesmo eu não fazia desde “TV Pirata”, há quase 35 anos.

P – Como o programa se desenvolveu? R – Com muitas ideias em mente, decidi ligar para o Jorge (Furtado) e perguntei se ele queria fazer algo para rir, algo sem vergonha de ser comédia. Ele falou que também estava com esse desejo de criar algo na área do humor. Na época, o Jorge estava idealizando um projeto com outro tema e tinha essa personagem chamada Mirinda, que ele achava que seria perfeita para eu interpretar.

P – A protagonista foi o ponto de partida para o roteiro do “Tô Nessa!”? R – Sim, mas também levamos em consideração o último censo nacional e pesquisas relevantes sobre a realidade brasileira, onde a informação de que a maioria das famílias são providas por mulheres, especialmente as avós, chamou nossa atenção. Além disso, o público tem saudades de programas como “A Grande Família” e “Sai de Baixo”. Quisemos trazer um pouco dessas e de várias outras produções de humor. No final, acho que o formato acabou ficando bem original.

P – De que forma? R – Estamos unindo dramaturgia, banda, plateia, cenário em círculo. É muita novidade. No início, eu não conhecia ninguém da sala de roteiro que o Jorge montou. E foi uma grata surpresa, a sintonia entre todos foi imediata. Aí chegou o Fabrício Mamberti, diretor muito experiente e que conseguiu entender e traduzir nossas ideias para a parte técnica.

P – Você foi responsável pela escalação do Dan Mendes e da Ju Amaral no programa. O que a motivou a fazer essas apostas? R – Eu já era fã do Dan na internet. Mostrei algumas coisas dele para o Jorge e para a Patrícia (Pedrosa, Diretora de Gênero Humor), e eles adoraram. Ele também tem um forte lado autoral e contribuiu na criação dos roteiros da série. No caso da Ju, eu já admirava o talento dela para o humor. E quem me mostrou esse lado foi o próprio Paulo (Gustavo). Acho que ele tinha, como eu também, pena de ver um talento e uma força como a dela ainda muito escondidos.  

Tô Nessa!” – Globo, aos domingos às 23h10.

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